A cesta básica ficou mais leve no bolso em todas as oito capitais acompanhadas pela plataforma Cesta de Consumo NEOGRID & FGV IBRE em agosto. O movimento de queda, que já vinha ganhando força, teve arroz, legumes e ovos como destaques de retração simultânea nas oito praças. Mesmo com o alívio, o Rio de Janeiro continua no topo do ranking de preços, embora acumule três meses de recuo.
Rio de Janeiro: R$ 945,92 em agosto (-1,35% no mês; -2,99% em seis meses).
São Paulo: R$ 930,24 (-2,07% no mês; -4,93% no semestre), quarto mês seguido de queda.
Salvador: R$ 846,22 (-1,45% no mês), mas +0,97% no semestre.
Fortaleza: R$ 844,76 (-0,90% no mês), porém +1,21% em seis meses.
Brasília: R$ 810,34 (-0,27% no mês; -2,86% no semestre).
Curitiba: R$ 737,58 (-1,19% no mês; -5,05% no semestre), uma das maiores quedas acumuladas.
Manaus: R$ 726,76 (-3,03% no mês; -0,43% no semestre).
Belo Horizonte: R$ 678,04 (-1,30% no mês; -1,24% no semestre).
A descompressão veio especialmente de:
Arroz: semestrais expressivos em São Paulo (-13,02%), Brasília (-12,19%) e Manaus (-10,66%).
Feijão: quedas em Curitiba (-12,01%) e Rio (-10,19%).
Legumes: tombo em Curitiba (-28,11%) no semestre e Rio (-11,18%).
Ovos: retração semestral em Belo Horizonte (-12,10%) e São Paulo (-10,31%).
Entre os 18 itens, fubá e farinhas de milho avançaram em agosto, com destaque para Belo Horizonte (+9,14%), Brasília (+3,78%) e Curitiba (+2,18%). Também pressionaram, em diferentes capitais, pães, margarina, óleo de soja e manteiga.
No acumulado de março a agosto, sobressaem:
Belo Horizonte: fubá (+13,24%), margarina (+11,45%), pão (+7,10%).
Brasília: pães (+10,58%), fubá (+3,55%).
Rio: margarina (+10,54%), fubá (+5,22%).
Curitiba: margarina (+4,52%), óleo de soja (+3,46%).
Fortaleza: margarina (+6,17%). Manaus: margarina (+6,19%). Salvador: fubá (+3,89%), margarina (+3,67%).
A combinação de dólar mais alto, menor oferta global de trigo e eventos climáticos em exportadores, como a Argentina, encareceu farinhas e pressionou o pão francês. No milho, estoque inicial baixo e adversidades climáticas em áreas produtoras (como Goiás e Mato Grosso) sustentaram os preços, refletindo em fubá e farinhas de milho. Energia, transporte e embalagens também pesaram sobre processados (margarinas, óleos). Já manteiga e margarina sentiram o leite mais caro após estiagens ligadas ao La Niña nas regiões Sul e Sudeste.
Considerando a cesta ampliada (alimentos + higiene e limpeza), só Brasília (+0,60%) e Curitiba (+0,41%) subiram em agosto. Houve queda em São Paulo (-2,11%), Manaus (-1,27%), Salvador (-1,06%), entre outras.
No semestre, o quadro é misto:
Altas: Salvador (+2,15%), Fortaleza (+1,23%), Belo Horizonte (+0,99%), Manaus (+0,92%), Brasília (+0,33%).
Quedas: São Paulo (-5,84%), Curitiba (-3,23%), Rio (-3,05%).
Itens que mais subiram na ampliada (agosto): snacks/salgadinhos (Curitiba +3,60%; Manaus +3,46%), iogurte (São Paulo +3,69%; Fortaleza +3,16%), e creme dental (São Paulo +2,20%).
Itens que mais caíram: azeite de oliva (queda em todas as capitais) e batata congelada (Salvador -3,68%; São Paulo -3,26%; Manaus -2,67%; Curitiba -2,39%).
A continuidade do alívio dependerá do câmbio, da regularização climática nas lavouras de trigo e milho e dos custos logísticos e de energia. Por ora, o recuo disseminado em agosto sinaliza desaceleração dos preços essenciais, ainda que pressões pontuais persistam em processados e derivados de grãos.