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Paraná quer aproveitar oportunidades geradas por guerra tarifária entre EUA e China

Com exportações em alta, Estado vê espaço para crescer no mercado internacional ao atender demandas de países impactados pela disputa comercial

Por: João Livi
09/04/2025 às 17h54 Atualizada em 09/04/2025 às 18h00
Paraná quer aproveitar oportunidades geradas por guerra tarifária entre EUA e China
Guerra tarifária global pode virar oportunidade para produtos do Paraná, afirma Ratinho Junior. (Foto: Gilson Abreu/AEN)

O cenário internacional turbulento, marcado pela intensificação da guerra tarifária entre Estados Unidos e China, está redesenhando as rotas do comércio global. No meio desse embate econômico entre as duas maiores potências do planeta, o Paraná desponta como um dos potenciais beneficiários da nova configuração.

Em meio aos anúncios de novas tarifas por parte de ambos os países, o governador Carlos Massa Ratinho Junior destaca que a conjuntura pode representar uma abertura estratégica para os produtores paranaenses. "Estamos acompanhando a China taxar as commodities dos EUA, como é o caso do grão de soja, em que o Paraná é um grande produtor e tem capacidade para aumentar as suas exportações, atendendo as necessidades dos chineses por produtos com preços competitivos", afirmou.

Exportações em números
A afirmação ganha força diante dos dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Em 2024, empresas instaladas no Paraná exportaram alimentos e bebidas para 176 países, movimentando US$ 14,2 bilhões.

A soja e seus derivados continuam liderando o portfólio exportador do Estado. Apenas em grãos, as vendas externas somaram US$ 5,3 bilhões, complementadas por US$ 1,4 bilhão em farelo e US$ 358 milhões em óleo. Especificamente para a China, a soja representou 75,5% do total exportado, resultando em uma receita de US$ 4,5 bilhões.

Além da soja 
A carne de frango in natura é outro produto com alto potencial de crescimento frente às novas demandas do mercado asiático. Em 2024, as exportações do setor alcançaram US$ 739 milhões, equivalentes a 12,4% do total enviado à China.

A força da madeira
Se, por um lado, a China busca novos fornecedores de alimentos, por outro, os Estados Unidos enfrentam desafios em seu setor de construção civil, tradicionalmente dependente da importação de madeira. Neste ponto, o Paraná também se posiciona com vantagem.

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Com forte produção agroflorestal, o Estado exportou cerca de US$ 446 milhões em madeira bruta, compensados e produtos manufaturados para os EUA em 2024. Esses itens já representam 28% das exportações paranaenses para o mercado norte-americano. O destaque fica para os compensados de madeira, que registraram um expressivo crescimento de 24,5% em relação a 2023.

Indústria em ascensão
Os reflexos dessa performance também se fazem notar na indústria. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que o Paraná liderou o crescimento industrial no país em 2024, com alta de 12,4% no segmento madeireiro.

Oportunidade em meio à tensão global
Para Ratinho Junior, o momento é de agir estrategicamente. “No Paraná encaramos essa ‘briga’ entre os dois gigantes globais como uma janela de oportunidade, na qual podemos aproveitar a grande vocação do Estado na produção de alimentos e outros produtos agrícolas para que a agroindústria cresça ainda mais, gerando mais empregos e renda à população”.

Resumo visual dos destaques

Produto Exportações em 2024 Destino principal
Soja em grão US$ 5,3 bilhões China
Farelo de soja US$ 1,4 bilhão China
Óleo de soja US$ 358 milhões China
Carne de frango in natura US$ 739 milhões China
Madeira (diversos tipos) US$ 446 milhões Estados Unidos

Protagonismo
No tabuleiro do comércio internacional, o Paraná se movimenta com agilidade para ocupar espaços deixados por gigantes em confronto. Com um portfólio diversificado, estrutura consolidada e capacidade produtiva em alta, o Estado se posiciona não apenas como fornecedor, mas como protagonista em um novo ciclo de oportunidades globais.

 

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