A Usina de Itaipu concluiu o ano de 2024 com a marca impressionante de 67 milhões de megawatts-hora (MWh) produzidos, consolidando-se como um dos pilares energéticos para Brasil e Paraguai, mesmo em um cenário de estiagem histórica. Este desempenho também garantiu à hidrelétrica um lugar no Guinness World Records, reconhecendo-a como a usina com a maior produção acumulada de energia hidrelétrica no mundo.
Apesar das baixas afluências que marcaram 2024, Itaipu demonstrou resiliência ao atingir uma geração acumulada de 67.087.994 MWh, suficiente para abastecer o mundo por quase um dia inteiro. A maior produção diária ocorreu em 18 de dezembro, quando foram gerados 298 mil MWh, reflexo do aumento na demanda do Sistema Nacional Interligado do Brasil (SIN-BR) e da Administração Nacional de Eletricidade do Paraguai (ANDE).
Embora a geração tenha sido 20% menor do que em 2023, ano recorde da última década, Itaipu manteve-se altamente eficiente, atendendo a cerca de 6% do consumo brasileiro e impressionantes 80% do consumo paraguaio. Este último,
aliás, superou a marca histórica de 20 milhões de MWh, com o Paraguai utilizando pela primeira vez mais de 30% da produção anual da usina.
Um dos momentos mais emblemáticos do ano foi o reconhecimento do Guinness World Records. Em cerimônia realizada em 1º de novembro, a juíza oficial do Guinness, Natalia Ramirez Talero, oficializou o título de “Maior produção acumulada de energia hidrelétrica” para a Itaipu, que alcançou 3 bilhões de MWh acumulados desde 1984. Para se ter ideia, essa energia seria suficiente para abastecer o mundo inteiro por 43 dias e 17 horas.
“Esses números são muito relevantes e representam uma grande contribuição de Itaipu aos sistemas elétricos brasileiro e paraguaio em um ano de escassez hídrica significativa”, destacou Ênio Verri, diretor-geral brasileiro.
Outro destaque de 2024 foi a taxa de disponibilidade das unidades geradoras, que alcançou 97,28%, superando a meta empresarial de 94%. Isso reflete o compromisso da usina em maximizar a utilização da água disponível. Pela segunda vez na história, o vertedouro não foi utilizado, indicando um aproveitamento hídrico ético e eficaz.
De acordo com Renato Sacramento, diretor técnico executivo, “os resultados só são possíveis graças a uma operação otimizada e a um rigoroso processo de manutenção que garante alta confiabilidade”.
Para sustentar seu protagonismo, a Itaipu Binacional está implementando o mais abrangente plano de atualização tecnológica desde sua inauguração. Com um investimento de US$ 670 milhões, o projeto, iniciado em 2022, prevê a substituição de sistemas de controle, proteção e serviços auxiliares ao longo de 14 anos.
A primeira parada programada de uma unidade geradora está prevista para 2026. Equipamentos como turbinas e rotores, entretanto, permanecerão operacionais devido ao seu excelente estado de conservação.
Em um contexto de transição energética, Itaipu exerce um papel fundamental como “bateria natural”, compensando a intermitência de fontes como solar e eólica. A capacidade de atender rapidamente às demandas energéticas em momentos críticos reafirma sua importância para a segurança do SIN-BR e do sistema paraguaio.
Em 2024, a Itaipu Binacional também comemorou 40 anos de geração ininterrupta de energia e 50 anos de fundação. Além disso, os 40 anos dos refúgios biológicos da usina reforçaram seu compromisso com a sustentabilidade.
Os 67 milhões de MWh gerados em 2024 seriam suficientes para abastecer o Brasil por 37 dias, o Paraguai por mais de três anos ou o estado de São Paulo por quase seis meses. Em relação a outras hidrelétricas brasileiras, Itaipu produziu mais de três vezes a energia do Complexo Belo Monte e seis vezes a da Usina de Xingó.