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Convocação de greve dos caminhoneiros para 4 de dezembro gera alerta nacional e divide a categoria

Mobilização circula nas redes, reivindica renegociação de dívidas e melhores condições de trabalho, mas ainda não tem adesão unificada entre sindicatos

Por: João Livi
02/12/2025 às 09h42
Convocação de greve dos caminhoneiros para 4 de dezembro gera alerta nacional e divide a categoria
Convocação para paralisação nacional no dia 4 de dezembro divide caminhoneiros e gera monitoramento em todo o país.

A possibilidade de uma paralisação nacional dos caminhoneiros na próxima quinta-feira, 4 de dezembro, acendeu um sinal de alerta no país e reacendeu memórias da greve de 2018. Convocada principalmente por meio das redes sociais, a mobilização reúne pautas econômicas e estruturais do setor, mas enfrenta divergências internas e ainda não conta com confirmação de participação ampla entre sindicatos e entidades representativas.

Desde meados de novembro, vídeos e mensagens circulam convocando motoristas autônomos e transportadores de cargas a interromperem as atividades. A pauta apresentada é variada e inclui:

  • Reestruturação do marco regulatório do transporte rodoviário de cargas.

  • Renegociação ampla de dívidas, com pedidos de carência estendida por até 120 meses.

  • Anistia de multas acumuladas pela categoria.

  • Condições de trabalho mais seguras nas estradas.

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  • Políticas de remuneração consideradas mais equilibradas.

  • Aposentadoria especial com 25 anos de contribuição comprovada.

Organizadores afirmam que o movimento tem caráter reivindicatório, sem relação com articulações político-partidárias. Entre os defensores da paralisação, o discurso é de que “as demandas se arrastam há anos” e que a greve seria uma forma de pressionar o governo federal a reabrir negociações.

Categoria dividida e adesão incerta

Apesar da mobilização virtual, a adesão ainda é incerta. Lideranças do setor afirmam que não há consenso sobre a paralisação, principalmente porque parte das entidades teme instabilidade econômica e impactos negativos para os próprios caminhoneiros.

Alguns sindicatos regionais já declararam que não apoiarão a greve, alegando falta de articulação formal, risco de politização e ausência de pauta unificada. Há também quem ressalte que a categoria enfrenta dificuldades de renovação e redução no número de motoristas ativos — fatores que podem limitar a força do movimento.

Possíveis impactos se a paralisação ocorrer

Caso a adesão seja significativa, os efeitos poderão ser sentidos rapidamente. O transporte rodoviário é responsável pela maior parte da circulação de cargas no país, o que faz especialistas considerarem a possibilidade de:

  • Desabastecimento pontual de alimentos e produtos de consumo.

  • Atrasos na distribuição de combustíveis.

  • Prejuízos em cadeias agroindustriais e industriais.

  • Congestionamentos e bloqueios em rodovias estratégicas.

O cenário ainda depende do comportamento da categoria nos próximos dias. Autoridades federais e estaduais monitoram fluxos de rodovias e mobilizações em grupos de caminhoneiros.

Greve marcada, mas sem confirmação

A convocação para o dia 4 de dezembro está mantida, porém a confirmação da paralisação dependerá da adesão espontânea nos principais corredores logísticos. Até o momento, nenhuma liderança nacional formalizou a realização do movimento, e parte da categoria defende que a negociação com o governo seja retomada antes de qualquer interrupção das atividades.

Com poucas certezas e muitos rumores, o país observa com cautela o desenrolar da mobilização. A convocação existe, a pauta é extensa, mas a confirmação da greve ainda depende de união e força prática de uma categoria historicamente fragmentada.

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