
Uma das mudanças mais aguardadas por quem tenta comprar a casa própria finalmente saiu do papel. O Conselho Curador do FGTS aprovou um aumento no valor máximo dos imóveis do Minha Casa Minha Vida (MCMV), corrigindo uma defasagem que já afastava milhares de famílias do programa. Agora, com o novo teto - que nos grandes centros passa de R$ 264 mil para até R$ 275 mil - o mercado volta a enxergar fôlego, e compradores retomam a esperança de conquistar um imóvel compatível com a renda.
A alteração beneficia diretamente famílias com renda de até R$ 4.700 mensais, especialmente das faixas 1 e 2 do programa, que vinham enfrentando verdadeira peregrinação para encontrar unidades dentro do limite antigo. A discrepância entre o preço dos imóveis e o teto congelado tornava a busca quase impossível em regiões metropolitanas.
O especialista em financiamento imobiliário Murilo Arjona descreve a mudança como urgente diante do avanço contínuo do custo da construção civil e da valorização dos terrenos. Ele afirma que o mercado já não conseguia oferecer imóveis dentro do limite defasado, e que o novo valor devolve ao programa a atratividade perdida.
Com o novo teto liberado, mais imóveis passam a se encaixar nas faixas atendidas pelo Minha Casa Minha Vida. Isso reduz a disputa por poucas unidades e abre espaço para quem aguardava na fila. Além disso, as taxas de juros das faixas mais baixas seguem extremamente competitivas - em muitos cenários, praticamente negativas quando comparadas à inflação do período.
A orientação de Murilo segue clara: quem tem condições deve aproveitar. A combinação de juros baixos, maior oferta e teto reajustado cria um cenário favorável para iniciar um financiamento que dificilmente encontra equivalência em outras modalidades.
A decisão também tem forte impacto sobre o ritmo de obras no país. O voto unânime do Conselho do FGTS destrava projetos parados e incentiva novos empreendimentos, especialmente nas metrópoles, onde o preço do metro quadrado cresceu acima da média nacional e tornava muitos projetos inviáveis.
Com o reajuste alinhado ao orçamento de habitação de 2025 - que prevê R$ 144,5 bilhões do FGTS destinados ao setor - construtoras e agentes financeiros já começaram a atualizar suas plataformas e condições de oferta.