
O Banco Central decretou, na terça-feira (18), a liquidação extrajudicial do Banco Master e da Master S.A. Corretora de Câmbio, medida que interrompeu imediatamente as operações do grupo. A decisão veio no mesmo dia em que o controlador da instituição, Daniel Vorcaro, foi preso pela Polícia Federal por suspeitas de gestão fraudulenta e temerária. O caso reacendeu discussões sobre a robustez da supervisão bancária e os critérios que consumidores e empresas devem considerar ao escolher onde aplicar seus recursos.
O regime decretado pelo Banco Central ocorre quando uma instituição apresenta problemas patrimoniais, operacionais ou administrativos graves, sem perspectiva de recuperação. Nesta fase:
As atividades do banco são encerradas;
Um liquidante assume o processo de venda de ativos e pagamento de credores;
Bens de controladores e ex-administradores ficam indisponíveis;
O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é acionado para proteger os clientes dentro do limite vigente.
Suspeitas já vinham sendo levantadas sobre o modelo de negócios do Banco Master, baseado na captação de recursos com juros acima da média e em investimentos de baixa liquidez, como precatórios e direitos creditórios.
Apesar da repercussão, a liquidação do Banco Master não representa risco sistêmico imediato. O tamanho limitado da instituição, somado à ação rápida do Banco Central e à atuação do FGC, evita contaminação do restante do mercado financeiro.
A situação, no entanto, destaca novamente a importância de monitorar práticas agressivas de captação e a qualidade dos ativos lastreados em carteiras de bancos médios e pequenos.
O episódio também reforça a necessidade de consumidores e empresas avaliarem a solidez das instituições financeiras nas quais investem. Organizações com presença consolidada no mercado, histórico de governança e supervisão rigorosa tendem a oferecer maior previsibilidade e segurança.
Nesse contexto, cooperativas de crédito - que atuam próximas das comunidades, possuem estruturas de gestão participativa e modelo menos exposto a operações de alto risco - se destacam como alternativas conhecidas pela estabilidade e pela transparência. Além do acompanhamento direto pelos cooperados, essas instituições são supervisionadas pelo Banco Central e contam com mecanismos próprios de proteção e gestão prudencial.
Casos de gestão irregular, principalmente acompanhados de prisões e medidas cautelares, impactam a percepção pública e reforçam a necessidade de aprimorar mecanismos de fiscalização e transparência. O episódio do Banco Master evidencia que fragilidades internas podem comprometer rapidamente uma instituição, mas também demonstra que os instrumentos de contenção do Sistema Financeiro Nacional estão funcionando para isolar danos.