
A duplicação da BR-163, rodovia que corta Marechal Cândido Rondon, está mais próxima de se tornar realidade. O Lote 4 das concessões rodoviárias do Paraná, leiloado nesta quinta-feira (23) na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), foi arrematado pelo Consórcio Infraestrutura PR, do Grupo EPR, com um desconto de 21,30% sobre a tarifa básica de pedágio - fixada em R$ 0,1678 por quilômetro. O contrato prevê R$ 18 bilhões em investimentos ao longo de 30 anos, com impacto direto em 33 municípios, entre eles Marechal Cândido Rondon.
A BR-163 é uma das principais rotas de escoamento da produção agrícola e industrial do Oeste paranaense. A duplicação e o pedagiamento fazem parte de um plano estratégico de infraestrutura que promete trazer mais segurança, fluidez no trânsito e estímulo ao desenvolvimento regional.
Com o novo contrato, a empresa concessionária será responsável por duplicações, manutenção, construção de viadutos, marginais e ciclovias, além de serviços de atendimento e monitoramento em tempo real. As obras devem gerar mais de 157 mil empregos diretos e indiretos em todo o Estado.
O governador Carlos Massa Ratinho Junior destacou o avanço do modelo de concessão adotado pelo Paraná, em parceria com o Governo Federal e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).
“Montamos um modelo que deu certo. O pedágio no Paraná, que antes era sinônimo de tarifa alta e falta de obras, agora representa investimento, transparência e obras concretas”, afirmou o governador.
O desconto obtido no leilão também obriga o consórcio a realizar um aporte adicional de R$ 358 milhões, que poderá ser usado futuramente em novas melhorias.
O Lote 4 contempla 627,5 quilômetros de rodovias, abrangendo ligações entre Cornélio Procópio, Guaíra, Maringá e Nova Londrina. As intervenções incluem 239,6 quilômetros de duplicações, com destaque para os 160 quilômetros da PR-323 entre Maringá e Guaíra, que se conectam diretamente à BR-163 - principal via que liga Marechal Cândido Rondon à fronteira e ao Porto de Paranaguá.
Entre as melhorias previstas estão a construção de contornos urbanos, novas pontes sobre rios, vias marginais, faixas adicionais, interseções em desnível, passarelas e acostamentos ampliados, medidas que prometem reduzir acidentes e melhorar a mobilidade nas regiões Oeste e Noroeste.
Além dos investimentos, o novo modelo garante tarifas bem mais baixas que as antigas concessões, encerradas em 2021. Em algumas praças, os descontos chegam a 61% em relação aos valores atualizados dos contratos anteriores.
O sistema contará ainda com 5% de desconto para pagamentos automáticos via tag, além do Desconto de Usuário Frequente (DUF), que reduz progressivamente o valor do pedágio conforme o número de passagens. Motociclistas estarão isentos da cobrança.
O ministro dos Transportes, Renan Filho, elogiou o modelo adotado pelo Estado. “O Paraná é exemplo para o Brasil, por construir um sistema moderno, com tarifas mais justas e grande volume de obras. A nova concessão vai elevar o Estado a um novo patamar logístico”, afirmou.
Já o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, reforçou que o modelo paranaense é um marco de credibilidade. “Com investimentos de R$ 18 bilhões e descontos expressivos, o resultado demonstra confiança no Paraná e garante a melhor malha rodoviária do País”.