O mundo amanheceu em luto nesta segunda-feira (21) com a notícia da morte do papa Francisco, aos 88 anos, em sua residência oficial na Casa Santa Marta, no Vaticano. Vítima de complicações decorrentes de uma pneumonia, o pontífice havia sido internado recentemente e não resistiu. Em sinal de respeito e reconhecimento, o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior, decretou luto oficial de sete dias no Estado. A medida será oficializada pelo governador em exercício, Darci Piana.
“Papa Francisco foi um exemplo de humanidade, fé e sabedoria. Seus ensinamentos inspiraram o mundo”, declarou Ratinho Junior, relembrando o histórico de Francisco como o primeiro papa jesuíta e latino-americano. “Teremos sempre na memória a imagem de alguém que trabalhou incansavelmente pela paz e união entre os povos”.
A declaração do governador reforça o sentimento coletivo de perda, especialmente entre os católicos, para quem o papa argentino tornou-se um símbolo de renovação espiritual, humildade e justiça social. Ratinho Junior destacou ainda a conexão pessoal que teve com o pontífice, durante uma audiência geral no Vaticano, em junho de 2022. Na ocasião, o chefe do Executivo paranaense esteve acompanhado da primeira-dama Luciana Saito Massa, do arcebispo emérito de Maringá, dom Anuar Battisti, e de sacerdotes do Estado. “Foi um momento especial poder falar com Sua Santidade, representando meu Estado e todos os paranaenses”, recordou.
O governador em exercício, Darci Piana, também manifestou pesar: “Jesuíta, Papa Francisco marcou a história com sua simplicidade, humanidade e coragem de aproximar a Igreja das pessoas. Seu legado de amor, humildade e diálogo permanecerá vivo nos corações do mundo inteiro”.
A vida de Jorge Mario Bergoglio: entre a fé, o ensino e a compaixão
Filho de imigrantes italianos, Jorge Mario Bergoglio nasceu em Buenos Aires, em 1936. Aos 33 anos, foi ordenado sacerdote pela Companhia de Jesus, dando início a uma trajetória pastoral marcada por empatia com os mais vulneráveis. Foi arcebispo da capital argentina a partir de 1996, sendo elevado a cardeal em 2001, por João Paulo II. Formado em Filosofia e Teologia, também atuou como professor em colégios e universidades religiosas.
Sua eleição como papa ocorreu em 13 de março de 2013. Ao escolher o nome Francisco, prestou tributo a São Francisco de Assis e assumiu o compromisso com os pobres e com a justiça social. Desde então, tornou-se um dos líderes religiosos mais influentes do século, por seu posicionamento diante de temas como imigração, desigualdade, mudanças climáticas e inclusão social.
Um de seus gestos mais simbólicos como pontífice foi escolher o Brasil como destino de sua primeira viagem internacional, durante a 28ª Jornada Mundial da Juventude, em julho de 2013. No Rio de Janeiro, visitou comunidades carentes e deixou uma mensagem de esperança e solidariedade que ecoa até hoje.
Um vazio espiritual e um legado eterno
A morte de papa Francisco marca o fim de uma era na Igreja Católica, que, sob sua liderança, buscou se aproximar dos marginalizados e romper com tradições excludentes. Sua voz, serena e firme, sempre clamou por um mundo mais justo e fraterno.
“O seu legado continuará vivo nos corações dos que acreditam na força do bem, da compaixão e do amor ao próximo”, finalizou Ratinho Junior.
O Paraná, como o mundo inteiro, despede-se do papa com reverência. Um líder espiritual que, mais do que ocupar o trono de Pedro, caminhou ao lado do povo.