A mais recente pesquisa do Instituto Datafolha, divulgada nesta sexta-feira (14) pelo jornal Folha de S.Paulo, revela uma queda na aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo o levantamento, apenas 24% dos eleitores avaliam a gestão como ótima ou boa, enquanto 41% a consideram ruim ou péssima. Outros 32% classificam o governo como regular, e 2% não souberam ou não quiseram responder.

Os dados indicam que este é o pior nível de aprovação registrado nos três mandatos de Lula, além de representar a maior taxa de reprovação já atingida pelo petista. Até então, a marca mais baixa havia ocorrido em outubro e dezembro de 2005, no auge da crise do mensalão, quando sua aprovação chegou a 28%. O recorde anterior de reprovação havia sido registrado em dezembro de 2024, com 34% de avaliações negativas.

A pesquisa foi realizada entre os dias 10 e 11 de junho, ouvindo 2.007 eleitores em 113 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

Comparação com Bolsonaro

De acordo com o levantamento, no mesmo período de mandato, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentava índices de reprovação semelhantes. Em junho de 2020, no auge da pandemia de Covid-19, 40% dos eleitores avaliavam sua gestão como ruim ou péssima, enquanto 31% a consideravam ótima ou boa.

Evolução dos números

Em comparação com a pesquisa anterior, realizada em dezembro de 2024, os números apontam uma piora na avaliação do governo Lula:

• Ótimo/bom: caiu de 35% para 24%

• Regular: subiu de 29% para 32%

• Ruim/péssimo: aumentou de 34% para 41%

• Não sabem: oscilou de 1% para 2%

Segmentação por grupos

A desaprovação do governo cresceu em diferentes segmentos da população. Entre homens e mulheres, a aprovação caiu para 24% em ambos os grupos, contra 38% e 33% registrados em dezembro, respectivamente.

O recuo na aprovação foi ainda mais expressivo entre os eleitores de baixa renda. Entre os que ganham até dois salários mínimos, o apoio ao governo caiu de 44% para 29%, considerando a margem de erro de três pontos percentuais. Já entre os que recebem mais de dez salários mínimos, a taxa de aprovação caiu de 32% para 18%, dentro da margem de erro de 12 pontos.

A avaliação negativa também cresceu no recorte religioso. Entre católicos, o percentual de aprovação caiu de 48% para 24%, enquanto entre evangélicos houve uma redução de 30% para 21%.

A pesquisa também identificou uma queda acentuada entre eleitores com menor escolaridade. Entre aqueles com ensino fundamental, a aprovação despencou de 53% para 38%.

Mesmo no Nordeste, onde Lula historicamente tem mais apoio, a taxa de ótimo e bom caiu de 49% para 33%. A margem de erro na região é de quatro pontos percentuais para mais ou para menos.

Os dados reforçam um cenário de maior desgaste do governo junto à opinião pública, refletindo desafios políticos e econômicos enfrentados pela atual gestão.