Entre janeiro e novembro de 2024, o governo federal gastou mais de R$1,65 bilhão com passagens e diárias, segundo informações do Portal da Transparência. Os números incluem R$1,03 bilhão destinados ao pagamento de diárias para servidores deslocados e R$605,4 milhões para passagens, predominantemente aéreas. Apenas no período entre 8 e 28 de novembro, as despesas superaram R$150 milhões, em um ritmo que reforça o crescimento dos custos logísticos da administração pública.
Os gastos com diárias em 2024 já superam os valores totais registrados em 2021, quando as despesas com viagens somaram R$790 milhões. Apesar de ainda faltar um mês para o encerramento do ano, 2024 tornou-se o segundo ano mais oneroso da história em custos com deslocamentos no governo federal. Esse posto, por hora, só é superado por 2023, ano em que os gastos alcançaram um recorde histórico de R$2,3 bilhões.
O aumento nos custos também reflete uma maior movimentação administrativa sob a gestão do presidente Lula (PT). Contudo, a expansão das despesas reacende debates sobre a eficiência na gestão de recursos públicos, especialmente em um contexto econômico desafiador.
A justificativa para o aumento, segundo especialistas, pode estar na intensificação de agendas oficiais e no reforço de ações governamentais em regiões distantes dos centros administrativos. Viagens para representar o governo em eventos internacionais, acompanhar obras e realizar fiscalizações em áreas remotas exigem uma logística robusta, o que eleva significativamente os custos.
Por outro lado, críticos apontam para a necessidade de maior controle sobre as viagens e uma avaliação rigorosa sobre a pertinência de determinados deslocamentos.
O montante crescente investido em passagens e diárias levanta questões sobre o equilíbrio entre eficiência administrativa e austeridade fiscal. Com demandas sociais e econômicas prementes, a sociedade cobra mais transparência sobre o impacto efetivo dessas despesas na qualidade dos serviços públicos prestados.
Enquanto a administração federal defende a necessidade de ampliar sua presença em diversas regiões do país, economistas sugerem alternativas, como a priorização de reuniões virtuais e a descentralização de equipes regionais, que poderiam reduzir a dependência de viagens frequentes.
O Portal da Transparência, plataforma legalmente obrigatória para divulgar os gastos públicos, tem desempenhado um papel crucial na visibilidade dessas despesas. A divulgação regular dos dados permite que cidadãos e especialistas acompanhem a evolução dos gastos e participem de discussões fundamentadas sobre a gestão de recursos públicos.
Com o ano de 2024 se aproximando do fim, a expectativa é de que as despesas totais com passagens e diárias fiquem próximas dos números de 2023.