
A possível redução da jornada de trabalho voltou ao centro das discussões nacionais e, com ela, um sinal de forte preocupação por parte da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). A entidade avalia que iniciativas desse tipo, quando desvinculadas de ganhos concretos de produtividade, podem desencadear um efeito dominó capaz de atingir a competitividade das empresas, o nível de empregos e até o poder de compra das famílias brasileiras.
Nos bastidores da economia, o alerta não surge por acaso. O Brasil enfrenta mais de uma década e meia de estagnação, enquanto outras nações emergentes, como China e Índia, saltaram posições no ranking global ao ampliar expressivamente seus PIBs em dólar. O cenário brasileiro, ao contrário, refletiu juros altos, pouca modernização tecnológica e um ambiente tributário que freia investimentos.
Impacto direto no custo e no emprego
Para a Fiep, a matemática é simples e preocupante: reduzir horas trabalhadas sem qualquer compensação em produtividade eleva automaticamente o custo do trabalho. Na prática, isso comprime as margens das empresas, encarece produtos e serviços e desestimula novos aportes produtivos. A consequência se espalha pela economia, atingindo desde a geração de empregos formais até o ritmo de crescimento nacional.
A entidade industrial reforça que o país precisa caminhar na direção oposta: ampliar a eficiência, investir em inovação, qualificar profissionais e fortalecer o ambiente de negócios. Para a Fiep, só um debate responsável, técnico e transparente é capaz de evitar retrocessos e preservar aquilo que as propostas pretendem proteger.
Mesmo diante das apreensões, a indústria paranaense reafirma sua disposição em contribuir com a construção de soluções equilibradas. O objetivo é claro: garantir que o Brasil reencontre o caminho da geração de riqueza, renda e oportunidades.