Quinta, 30 de Outubro de 2025
13°C 23°C
Marechal Cândido Rondon, PR
Publicidade

Foz do Iguaçu será a primeira cidade do mundo a usar inteligência artificial no monitoramento do mosquito da dengue

Parceria entre Unioeste e Prefeitura permitirá rastreamento em tempo real com sensores óticos e algoritmos inteligentes

Por: João Livi Fonte: Unioeste
28/10/2025 às 13h42
Foz do Iguaçu será a primeira cidade do mundo a usar inteligência artificial no monitoramento do mosquito da dengue
Sensores inteligentes com IA permitirão identificar em tempo real mosquitos transmissores da dengue em Foz do Iguaçu. (Foto: Divulgação/Unioste)

Foz do Iguaçu se tornará a primeira cidade do mundo a adotar um sistema inteligente de monitoramento do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, utilizando inteligência artificial (IA) e sensores óticos. O projeto é fruto de uma parceria entre a Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e a Prefeitura Municipal, e promete revolucionar as estratégias de prevenção e combate às doenças transmitidas pelo vetor.

A iniciativa, intitulada “Desenvolvimento de Tecnologia para Monitoramento do Aedes aegypti Utilizando Inteligência Artificial”, tem como meta detectar, identificar e mapear em tempo real a presença do mosquito, gerando informações precisas sobre os horários, áreas de maior incidência e risco de surtos.

Tecnologia inédita no combate à dengue

Atualmente, o monitoramento do mosquito depende de dados manuais e armadilhas físicas. A nova tecnologia muda completamente essa lógica: os sensores inteligentes captam o som do voo dos mosquitos e, com base em algoritmos de IA, identificam a espécie e até se ela já picou alguém.

Essas informações são transmitidas em tempo real para uma central de dados, permitindo que o município aja de forma preventiva. O sistema já é capaz de reconhecer 3.500 espécies de mosquitos, incluindo 200 transmissores de doenças.

“Uma das grandes questões do monitoramento é saber qual o tamanho da população de mosquitos. Com esses dados, conseguimos agir rapidamente e reduzir os riscos de surtos”, explica o coordenador da pesquisa, professor André Gustavo Maletzke, do curso de Ciências da Computação da Unioeste.

Ciência a serviço da vida

A autorização da pesquisa foi assinada pela direção da Unioeste e autoridades municipais. A Unioeste – Campus Foz do Iguaçu será responsável pela execução, com apoio técnico do Centro de Zoonoses.

Continua após a publicidade
Anúncio

O equipamento, segundo os pesquisadores, é de baixo custo, chegando a ser dez vezes mais barato que alternativas internacionais. Os sensores serão integrados às armadilhas já existentes no município, e o monitoramento automático começará a ser implantado a partir de 2026.

“A Unioeste, como universidade pública, tem a missão de promover o desenvolvimento da comunidade. Projetos como este mostram o impacto da ciência local no enfrentamento de desafios globais”, afirmou o diretor do campus, Sérgio Moacir Fabriz.

Colaboração internacional e reconhecimento científico

A pesquisa é resultado de dez anos de estudos e conta com a cooperação de universidades como a USP, a North Carolina State University (EUA) e a Universidade de Nova Gales do Sul (Austrália).

Foz do Iguaçu foi escolhida para ser a primeira cidade do mundo a aplicar o sistema, devido ao seu histórico de altos índices de infestação.

“É um salto na prevenção e proteção da população. Teremos informação precisa, rápida e confiável para agir de forma estratégica”, destacou o prefeito Silva e Luna.

O secretário municipal de Saúde, Fábio Mello, reforçou que a parceria amplia a integração entre o poder público e a universidade.

“A Unioeste é uma grande parceira do município em várias áreas. Agora, com essa tecnologia, teremos um aliado essencial na prevenção da dengue”, afirmou.

 

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários