
A luta contra o câncer de mama está ganhando novos aliados fora do consultório. Além do diagnóstico precoce, por meio do autoexame e da mamografia, a tecnologia digital começa a atuar antes mesmo do aparecimento da doença, ajudando na prevenção primária e na promoção de hábitos saudáveis.
Neste Outubro Rosa, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) e a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (Femama) reforçam essa mensagem: prevenir é tão essencial quanto diagnosticar. A campanha nacional destaca que 30% dos casos de câncer poderiam ser evitados com a redução dos fatores de risco - um alerta que ganha nova dimensão com o avanço das plataformas digitais de saúde.
Os dados preocupam. Segundo o Inca, 73,6 mil novos casos de câncer de mama são esperados no Brasil a cada triênio (2023-2024-2025). A Femama aponta que o tipo é o que mais mata mulheres no país, com cerca de 18 mil mortes por ano.
Por trás das estatísticas, há um desafio coletivo: transformar informação em atitude. A prevenção primária, segundo o Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente (Fiocruz), envolve autocuidado e hábitos de vida saudáveis - alimentação equilibrada, sono de qualidade, prática regular de atividades físicas, redução do consumo de álcool e tabaco, controle do estresse e fortalecimento de vínculos sociais.
Com o avanço da tecnologia, a prevenção agora cabe na palma da mão. Aplicativos e plataformas digitais de saúde permitem planejar, monitorar e estimular boas práticas diárias, tornando o bem-estar uma rotina acessível e personalizada.
De acordo com o portal Statista, o uso global dessas plataformas cresceu 6% em 2024, somando quase 4 bilhões de acessos. Os dados mostram que a busca por ferramentas digitais de qualidade de vida está em franca expansão - e que a tecnologia pode ser decisiva na promoção de mudanças comportamentais positivas.
No Paraná, uma das referências nessa tendência é a Fortalece, plataforma criada pelo especialista Marcos Rinaldi. O sistema combina neurociência, tecnologia e gamificação para incentivar o desenvolvimento de hábitos saudáveis entre grupos de pessoas - de colaboradores de empresas a profissionais de secretarias municipais, hospitais e escolas.
“A tecnologia, quando bem explorada e bem utilizada, proporciona possibilidades incríveis”, afirma Rinaldi.
A Fortalece utiliza dados e metodologias científicas para criar planos personalizados de autocuidado, conectando corpo e mente em um mesmo ecossistema digital. A proposta é transformar prevenção em rotina e bem-estar em cultura coletiva, mostrando que cada pequena ação diária pode ter impacto real na saúde.
Com o apoio da tecnologia e de uma nova consciência sobre o papel do autocuidado, o movimento Outubro Rosa ganha novos contornos: não basta detectar o câncer precocemente - é preciso agir antes que ele apareça.
Em um cenário em que o estilo de vida influencia diretamente os índices de incidência da doença, plataformas digitais como a Fortalece tornam-se ferramentas de empoderamento e transformação social, unindo ciência, tecnologia e comportamento para cuidar de quem ainda está saudável.