Por trás de navios, pontes, plataformas de petróleo, estruturas metálicas, automóveis e máquinas de alta tecnologia, está o trabalho preciso dos técnicos industriais em soldagem. Registrados e fiscalizados pelo Sistema CFT/CRTs, esses profissionais não apenas dominam a prática, mas também assumem papel estratégico em planejamento, gestão e garantia de qualidade em processos de união de materiais — seja em solo ou em ambientes subaquáticos.
De acordo com a Resolução nº 107/2020, alterada pela nº 114/2020, do Conselho Federal dos Técnicos Industriais, o técnico em soldagem tem atribuições fundamentais para o funcionamento da indústria:
Planejamento e execução – Seleção de materiais, processos, equipamentos e consumíveis, sempre em conformidade com normas técnicas e de segurança.
Supervisão e inspeção – Realização de ensaios visuais, dimensionais e não destrutivos para atestar a qualidade e a resistência das juntas soldadas.
Documentação técnica – Elaboração de planos de soldagem, especificações e relatórios de inspeção.
Gestão de equipes – Treinamento, orientação e supervisão de soldadores para assegurar produtividade e segurança.
Manutenção e qualidade – Ações preventivas e corretivas em máquinas e implementação de sistemas de gestão da qualidade.
Essas competências colocam o profissional no centro de setores estratégicos como a indústria metalúrgica, automobilística, construção civil, naval e offshore, energia, petroquímica, fabricação de máquinas e manutenção industrial.
Entre os campos mais desafiadores está a soldagem subaquática, especialidade em que o técnico atua em condições hostis, onde a precisão é vital. Para isso, além da formação técnica, é exigida certificação de mergulhador profissional, cursos de especialização em soldagem subaquática (úmida e a seco) e experiência prática em soldagem terrestre.
Esses profissionais são indispensáveis em setores como:
Petróleo e gás (offshore) – manutenção de plataformas e dutos submarinos.
Construção naval – reparos em cascos e hélices.
Engenharia civil submarina – intervenções em pontes, barragens e pilares.
Energia eólica offshore – instalação e manutenção de turbinas.
Salvamento marítimo – resgate de embarcações e estruturas submersas.
As tarefas incluem reparos estruturais, instalação de equipamentos, corte e remoção de estruturas, inspeções preventivas e soldagem de dutos e risers.
A soldagem subaquática alia complexidade e risco, fatores que tornam a remuneração consideravelmente mais elevada em relação à soldagem em terra. Os salários variam conforme certificações, experiência, localização e tipo de projeto, mas costumam incluir adicionais de periculosidade e mergulho.
Apesar das dificuldades, o mercado está aquecido. A expansão de projetos de energia offshore, a indústria naval e a exploração de petróleo e gás mantêm em alta a demanda por técnicos qualificados. A escassez de mão de obra especializada transforma a profissão em uma oportunidade promissora para quem busca carreira sólida, desafiadora e bem remunerada.