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IA identifica infecções cirúrgicas por fotos enviadas pelos pacientes

Ferramenta da Mayo Clinic alcança 94% de precisão e promete agilizar diagnósticos no pós-operatório

Por: João Livi Fonte: Mayo Clinic
13/08/2025 às 14h36
IA identifica infecções cirúrgicas por fotos enviadas pelos pacientes
Ferramenta de IA da Mayo Clinic avalia imagens de incisões cirúrgicas enviadas pelos pacientes para detectar sinais de infecção. (Foto: Divulgação)

Pesquisadores da Mayo Clinic desenvolveram um sistema de inteligência artificial (IA) capaz de detectar infecções cirúrgicas com alta precisão a partir de fotos das feridas enviadas pelos próprios pacientes. A tecnologia, apresentada no Annals of Surgery, foi treinada com mais de 20 mil imagens de mais de 6 mil pacientes atendidos em nove hospitais da instituição.

O sistema utiliza um modelo de duas etapas: primeiro identifica se a imagem contém uma incisão cirúrgica; depois, avalia a presença de sinais de infecção. O algoritmo, baseado no Vision Transformer, obteve 94% de acerto na detecção de incisões e uma área sob a curva (AUC) de 81% para identificar infecções.

Segundo os pesquisadores, a ferramenta pode acelerar o diagnóstico, reduzir atrasos no tratamento e facilitar o acompanhamento remoto, especialmente em regiões com poucos recursos. “Nosso modelo de IA pode ajudar a realizar a triagem dessas imagens de modo automático, melhorando a detecção precoce e simplificando a comunicação entre pacientes e equipes de cuidado”, destaca Cornelius Thiels, oncologista cirúrgico e coautor do estudo.

Potencial para mudar o acompanhamento pós-operatório

O sistema foi projetado para atuar como triagem inicial, alertando clínicos sobre casos que exigem atenção urgente. A expectativa é que a tecnologia permita detectar sinais sutis de infecção antes mesmo de serem perceptíveis aos profissionais, abrindo caminho para tratamentos mais precoces e redução de complicações.

Além de manter desempenho consistente entre diferentes grupos de pacientes, a ferramenta também pode contribuir para otimizar o tempo dos profissionais de saúde. “É uma maneira eficiente de concentrar a atenção nos quadros que exigem mais cuidados, sobretudo em áreas rurais ou com recursos limitados”, afirma a autora principal, Hala Muaddi.

Próximos passos

A equipe ressalta que ainda são necessárias validações adicionais. Estudos prospectivos já estão em andamento para avaliar a aplicação do sistema na rotina hospitalar. A pesquisa recebeu apoio da Dalio Philanthropies e do Prêmio de Desenvolvimento de Carreira em Inovação Cirúrgica da Família Simons.

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