O BRICS é um fórum de articulação político-diplomática que reúne países do chamado Sul Global em busca de cooperação internacional e tratamento multilateral de temas de interesse comum. Mais do que ampliar a influência de seus integrantes em instituições como a ONU, o FMI, o Banco Mundial e a OMC, o bloco criou suas próprias estruturas, como o Novo Banco de Desenvolvimento, destinado a financiar projetos de infraestrutura e sustentabilidade nos países membros. Por não ser uma organização internacional formal, o BRICS não tem orçamento próprio nem secretariado permanente.
Atualmente, fazem parte do BRICS como integrantes com direito a voto a África do Sul, Arábia Saudita, Brasil, China, Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia, Índia, Irã e Rússia. Além disso, dez países-parceiros, entre eles Bolívia, Nigéria e Vietnã, são convidados a participar de debates e reuniões, mas não têm poder de deliberação nas decisões finais. Essa categoria foi criada na cúpula de Kazan, em outubro de 2024, para ampliar a rede de cooperação sem alterar o núcleo de quem vota as declarações conjuntas.
O termo nasceu em 2001 em estudo do economista Jim O’Neill, da Goldman Sachs, ao projetar o peso econômico de Brasil, Rússia, Índia e China no século XXI. O grupo se organizou oficialmente em 2006 e ganhou o “S” de South Africa em 2011. Em 2024, o bloco abriu espaço para cinco novos membros e, em 2025, incorporou a Indonésia. Quase 30 nações já manifestaram interesse em ingressar como membros ou parceiros.
O BRICS se propõe a dar mais equidade aos países em desenvolvimento, muitos deles com histórico de colonização e desafios sociais semelhantes. Embora o nome sugira uma localização meridional, na prática abrange nações em todos os hemisférios, como Rússia e China. Ao reivindicar reformas na ordem econômica e política global, o bloco busca reduzir a dependência de organismos controlados pelas potências desenvolvidas.
Juntos, os 11 países respondem por 39% da economia mundial, abrigam quase metade da população global e concentram 23% do comércio internacional. Em energia, correspondem a 43,6% da produção de petróleo e 36% de gás natural, além de deter 72% das reservas de terras raras, cruciais para tecnologias modernas.
A presidência rotativa do BRICS cabe, em 2025, ao Brasil. Por isso, o país organiza a cúpula nos dias 6 e 7 de julho no Museu de Arte Moderna (MAM), no Parque do Flamengo. Será a terceira vez que o Brasil recebe o encontro — as edições anteriores ocorreram em Brasília (2019 e 2010) e Fortaleza (2014).