Em uma movimentação que redesenha o mapa político do país, os partidos União Brasil e Progressistas (PP) oficializam nesta terça-feira, 29 de abril, a formação de uma federação partidária que já nasce como a maior força no Congresso Nacional. O novo bloco reunirá 109 deputados federais e 14 senadores, representando cerca de 20% da atual composição do Legislativo.
A cerimônia de lançamento ocorre no Salão Nobre da Câmara dos Deputados, às 15h, com a presença dos presidentes nacionais das duas siglas: Ciro Nogueira (PP) e Antônio Rueda (União Brasil). O evento marca o início formal de uma união que terá efeitos práticos e eleitorais já a partir de 2026 — e se estende, obrigatoriamente, até as eleições municipais de 2028.
“A aliança, costurada com muito diálogo e confiança, pretende ser uma bússola no centro da política, para impulsionar o Brasil no rumo certo. O norte é claro: equilíbrio e inovação, com responsabilidade fiscal e social”, destacaram os partidos em nota conjunta.
A formação da federação também repercute diretamente nos bastidores políticos de Marechal Cândido Rondon. União Brasil e Progressistas são, atualmente, os dois partidos com maior representação no município, especialmente em termos de cargos eletivos conquistados nas eleições municipais de 2020.
A administração municipal atual é um reflexo desse domínio político. O prefeito Adriano Backes é filiado ao PP, enquanto o vice-prefeito Vanderlei Sauer integra o União Brasil, reforçando a presença das siglas tanto no Executivo quanto na base legislativa local.
Apesar dessa estrutura compartilhada, o cenário político tem mostrado fissuras recentes. O ex-prefeito Márcio Rauber, também filiado ao União Brasil e peça na campanha que elegeu a atual gestão, passou a se manifestar publicamente com críticas à condução do governo municipal. A declaração de insatisfação rompe, ainda que parcialmente, com a unidade política construída na última eleição.
Com a nova federação, União Brasil e PP terão de manter alinhamento também nas disputas locais futuras, o que poderá exigir reacomodações e ajustes internos nos diretórios municipais, caso os conflitos políticos se intensifiquem.
A federação implica que União Brasil e PP deverão lançar candidatos em chapas unificadas para as próximas eleições presidenciais, estaduais e legislativas. A medida também obriga a união das legendas nas disputas municipais de 2028. Na prática, os dois partidos deverão manter alinhamento político e institucional por, no mínimo, quatro anos.
Apesar de compartilharem espaços no governo federal — com pastas ocupadas por indicados de ambas as siglas —, a nova federação reúne figuras de espectros políticos distintos. Entre elas, o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP e aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que já lançou sua pré-candidatura à Presidência da República.
A complexidade dessa composição reforça o caráter heterogêneo da federação, que abrange desde membros próximos ao governo até nomes da oposição. Ainda assim, os líderes partidários apostam em uma aliança programática que combine estabilidade, pragmatismo e protagonismo nas decisões do Congresso.
A criação da federação ocorre em um momento de recomposição das forças políticas no país. Ao se posicionar no centro, a aliança União Brasil–PP pretende atrair parlamentares e eleitores que buscam uma alternativa moderada à polarização política dos últimos anos. Com robustez numérica e capilaridade nacional, o novo bloco pode se tornar decisivo nas pautas econômicas e institucionais do Legislativo.
A movimentação também representa um passo estratégico rumo às eleições de 2026. Com peso expressivo na Câmara e no Senado, a federação terá poder para influenciar diretamente as negociações sobre reformas, o orçamento e a governabilidade dos próximos governos.
Leitura dinâmica e moderna: o que muda com a nova federação?