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Libertos do calabouço

Tarcísio Vanderlinde

Por: João Livi
25/11/2024 às 18h55 Atualizada em 26/11/2024 às 08h11
Libertos do calabouço

Uma das primeiras coisas, que aquele que aprecia os benefícios pessoais da leitura constata, é perceber que a sua perspectiva de mundo se amplia. Um leitor receptivo está sempre saindo do calabouço do eu e descobrindo um mundo mais amplo.

É evidente que o tipo de leitura é consistente com os ritmos de vida que por todos os lados envolvem a pessoa observadora, sua motivação. Há leituras e leituras, e o exercício do entendimento e interpretação do que lemos é tão importante como o singular ato de ler.

Na justiça, damos aos outros o que lhes é devido; isto é, não apenas a punição do malfeitor, mas também o louvor aos que fazem o bem. A justiça desperta a empatia; faz com que saiamos de nós mesmos e nos ajuda a buscar o que é certo para os outros.

Assim também, um verdadeiro ato de amor permite que o amante entre no mundo do amado da melhor maneira possível. O interesse próprio acaba sendo posto de lado, para que as necessidades do outro sejam supridas. Recebemos o outro como um ser único, como um objeto sagrado digno de nosso serviço. O amor se dá em benefício do outro.

Na medida em que nos afasta do interesse próprio para receber o que está diante de nós, a leitura nos permite crescer em justiça e amor. O mundo do leitor é aquele que leva ao crescimento na capacidade de ver um mundo maior e entrar nele com empatia e graça. Eis o milagre que a leitura é capaz de fazer.

(Adaptado da obra “O pensamento vivo de C. S. Lewis: uma jornada espiritual pela obra do autor de As crônicas de Nárnia”)

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