
O Paraná vive uma verdadeira revolução tecnológica. De 2018 a 2024, o número de startups saltou de 319 para 2.095, um crescimento de impressionantes 556%, segundo o mais recente Mapeamento das Startups Paranaenses realizado pelo Sebrae/PR. Desse total, 1.548 estão formalizadas e 547 em fase de estruturação, revelando um ecossistema em plena expansão.
A capital Curitiba lidera com 563 startups, representando 36% do total, seguida pelo Noroeste, com 269 (174 delas em Maringá), e pelo Norte, com 238 (178 em Londrina). O avanço reflete políticas públicas consistentes, o amadurecimento das redes de apoio e a força da integração entre governo, universidades e iniciativa privada.
O salto também colocou o Paraná em destaque no cenário nacional. Em 2025, o Estado passou a abrigar três unicórnios - startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão: Olist (soluções de e-commerce), MadeiraMadeira (plataforma de móveis) e Ebanx (pagamentos digitais).
O secretário estadual da Inovação e Inteligência Artificial, Alex Canziani, destaca que o resultado é fruto de uma política continuada. Para ele, o Paraná está se tornando um verdadeiro “celeiro de startups”, com inovação associada ao desenvolvimento sustentável e à geração de benefícios diretos para a população.
O Paraná Anjo Inovador é um dos grandes motores desse crescimento. Criado pelo Governo do Estado, o programa já destinou R$ 37 milhões em subvenções a 148 startups entre 2023 e 2024, apoiando o desenvolvimento de soluções em saúde, educação, agricultura, esportes, gestão pública, cidades inteligentes e inovação social.
O impacto foi imediato: 101 empresas foram criadas durante o período de inscrições do segundo edital. Segundo o Sebrae/PR, 51% das startups paranaenses estão na fase de validação, testando seus produtos e buscando investimentos para crescer.
O coordenador de Startups e TIC do Sebrae/PR, Rafael Tortato, ressalta que esse avanço é resultado da consolidação do ecossistema local. “Os editais de fomento e a integração entre instituições estão criando um ambiente favorável ao surgimento de novas ideias e negócios”, afirmou.
Desde 2018, a Fundação Araucária lidera uma série de iniciativas que consolidam o Estado como referência em empreendedorismo tecnológico. Foram mais de R$ 300 milhões investidos em programas que estimulam a criação e o fortalecimento de startups.
Entre os destaques estão:
Sinapse da Inovação (2018) – com 93 empresas contratadas;
Tecnova (2020 e 2025) – com 34 empresas apoiadas na segunda edição e 560 propostas submetidas na atual;
Prime (2020-2025) – voltado à propriedade intelectual e à capacitação mercadológica, com 381 inscritos e 40 projetos financiados;
Centelha (2020 e 2022) – programa do MCTI que já apoiou 75 empresas na fase inicial de desenvolvimento.
Segundo o diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da Fundação Araucária, Luiz Márcio Spinosa, essas ações concretizam a visão estratégica do Estado: transformar conhecimento e inovação em desenvolvimento econômico e social.
Outro pilar desse crescimento é o Separtec, sistema estadual que reúne quase 500 ambientes promotores de inovação, entre parques tecnológicos, incubadoras, aceleradoras e hubs. O objetivo é garantir que o desenvolvimento tecnológico alcance tanto a capital quanto o interior.
Somente em 2023, o Governo do Estado destinou R$ 34 milhões para o fomento desses espaços, e novos R$ 30 milhões foram anunciados em 2025 para a execução do plano Separtec 2025/2026.
Para o diretor de Ciência e Tecnologia da Seti, Marcos Aurélio Pelegrina, o fortalecimento dos ambientes de inovação é essencial para consolidar o Paraná como um polo tecnológico. “Essa diretriz reforça o compromisso do governo em apoiar o empreendedorismo inovador e dar sustentação a novos negócios”, afirmou.