
O Paraná figura entre os três estados com maior proporção de pessoas vivendo em união conjugal no Brasil, segundo dados do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Estado, 55,3% da população declarou viver com cônjuge ou companheiro - um total de 5,51 milhões de pessoas. O percentual coloca o Paraná atrás apenas de Santa Catarina (58,4%) e Rondônia (55,4%), revelando que o modelo familiar tradicional ainda é forte entre os paranaenses, mesmo diante das transformações sociais recentes.
O levantamento mostra uma mudança expressiva na configuração das famílias. Das 2,6 milhões de famílias com responsável e cônjuge, 68,8% não possuem filhos, o que confirma a tendência de redução da fecundidade e de famílias menores. Pela primeira vez, o Brasil registrou menos da metade das famílias formadas por casais com filhos.
No Paraná, apenas 22,6% das famílias têm um filho, 7,3% têm dois e 1,2% têm três ou mais filhos - um retrato que reflete o novo comportamento demográfico, com maior planejamento familiar e adiamento da maternidade e paternidade.
O casamento civil e religioso continua sendo o tipo de união mais comum no Estado, representando 45,3% das uniões. Em seguida vêm as uniões consensuais - quando o casal vive junto sem formalização -, que já somam 33,5% e seguem em crescimento.
As uniões formalizadas apenas pelo casamento civil correspondem a 18,7%, enquanto as realizadas somente no religioso representam 2,46%.
O Censo também mostrou que uniões entre pessoas do mesmo sexo correspondem a 0,9% do total de uniões conjugais no Paraná.
O município com maior percentual de uniões conjugais é Boa Esperança do Iguaçu, no Sudoeste, onde 66% da população vive com cônjuge ou companheiro.
Logo atrás aparecem:
Bom Sucesso do Sul (65,8%)
Enéas Marques (65,6%)
Marquinho (65,4%)
Doutor Ulysses (65,1%)
Sulina e Porto Barreiro (64,6%)
Entre Rios do Oeste (64,5%)
Honório Serpa e Pinhal de São Bento (64,4%)
Na outra ponta, Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, tem o menor índice, com 50,2% da população vivendo em união conjugal. Outras cidades com baixos percentuais são Jacarezinho (51%), Curitiba (51,4%), Foz do Iguaçu (51,6%), Adrianópolis (52%) e Londrina (52,6%).
A pesquisa identificou também os chamados “solteirões convictos” - pessoas que nunca viveram em união conjugal. Em Almirante Tamandaré, 30,6% da população acima de 10 anos declarou nunca ter vivido com cônjuge ou companheiro, o maior percentual do Estado.
Outros dados ajudam a traçar o perfil familiar dos paranaenses:
57,1% dos homens vivem em união conjugal, contra 53,7% das mulheres;
5,7% das famílias têm responsáveis com até 24 anos;
Apenas 20 famílias no Paraná convivem com 10 ou mais pessoas sob o mesmo teto;
Mais de 80 mil jovens entre 12 e 29 anos, sem cônjuge e com filhos, voltaram a morar com parentes - o que o IBGE chama de “famílias conviventes”.
Em Rio Azul, na região Centro-Sul, está o maior índice de casamentos civis e religiosos entre católicos (64,2%), enquanto Tunas do Paraná apresenta o menor, com 5,5%.
No Brasil, o Censo 2022 mostra que as famílias com filhos representam apenas 42% do total - o menor índice da história. Em 2000, esse percentual era de 56,4%. Já os casais sem filhos cresceram de 13% para 24,1% das famílias.
Outro destaque é o aumento expressivo das famílias chefiadas por mulheres, que passaram de 22,2% em 2000 para 48,8% em 2022, evidenciando novas dinâmicas de autonomia feminina e transformação social.