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Paraná está entre os estados com mais casais vivendo em união conjugal no Brasil

Censo 2022 mostra que 55,3% dos paranaenses vivem com cônjuge ou companheiro; maioria das famílias já não tem filhos

Por: João Livi Fonte: IBGE
05/11/2025 às 14h09
Paraná está entre os estados com mais casais vivendo em união conjugal no Brasil
Paraná tem 55,3% da população vivendo em união conjugal, segundo o Censo 2022 do IBGE. (Foto: Freepik)

O Paraná figura entre os três estados com maior proporção de pessoas vivendo em união conjugal no Brasil, segundo dados do Censo Demográfico 2022, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No Estado, 55,3% da população declarou viver com cônjuge ou companheiro - um total de 5,51 milhões de pessoas. O percentual coloca o Paraná atrás apenas de Santa Catarina (58,4%) e Rondônia (55,4%), revelando que o modelo familiar tradicional ainda é forte entre os paranaenses, mesmo diante das transformações sociais recentes.

Casais sem filhos já são maioria

O levantamento mostra uma mudança expressiva na configuração das famílias. Das 2,6 milhões de famílias com responsável e cônjuge, 68,8% não possuem filhos, o que confirma a tendência de redução da fecundidade e de famílias menores. Pela primeira vez, o Brasil registrou menos da metade das famílias formadas por casais com filhos.

No Paraná, apenas 22,6% das famílias têm um filho, 7,3% têm dois e 1,2% têm três ou mais filhos - um retrato que reflete o novo comportamento demográfico, com maior planejamento familiar e adiamento da maternidade e paternidade.

Tipos de união e novos arranjos familiares

O casamento civil e religioso continua sendo o tipo de união mais comum no Estado, representando 45,3% das uniões. Em seguida vêm as uniões consensuais - quando o casal vive junto sem formalização -, que já somam 33,5% e seguem em crescimento.

As uniões formalizadas apenas pelo casamento civil correspondem a 18,7%, enquanto as realizadas somente no religioso representam 2,46%.
O Censo também mostrou que uniões entre pessoas do mesmo sexo correspondem a 0,9% do total de uniões conjugais no Paraná.

Onde estão os municípios mais “casados” do Estado

O município com maior percentual de uniões conjugais é Boa Esperança do Iguaçu, no Sudoeste, onde 66% da população vive com cônjuge ou companheiro.
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  • Bom Sucesso do Sul (65,8%)

  • Enéas Marques (65,6%)

  • Marquinho (65,4%)

  • Doutor Ulysses (65,1%)

  • Sulina e Porto Barreiro (64,6%)

  • Entre Rios do Oeste (64,5%)

  • Honório Serpa e Pinhal de São Bento (64,4%)

Na outra ponta, Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, tem o menor índice, com 50,2% da população vivendo em união conjugal. Outras cidades com baixos percentuais são Jacarezinho (51%), Curitiba (51,4%), Foz do Iguaçu (51,6%), Adrianópolis (52%) e Londrina (52,6%).

Solteiros e famílias diferentes

A pesquisa identificou também os chamados “solteirões convictos” - pessoas que nunca viveram em união conjugal. Em Almirante Tamandaré, 30,6% da população acima de 10 anos declarou nunca ter vivido com cônjuge ou companheiro, o maior percentual do Estado.

Outros dados ajudam a traçar o perfil familiar dos paranaenses:

  • 57,1% dos homens vivem em união conjugal, contra 53,7% das mulheres;

  • 5,7% das famílias têm responsáveis com até 24 anos;

  • Apenas 20 famílias no Paraná convivem com 10 ou mais pessoas sob o mesmo teto;

  • Mais de 80 mil jovens entre 12 e 29 anos, sem cônjuge e com filhos, voltaram a morar com parentes - o que o IBGE chama de “famílias conviventes”.

Em Rio Azul, na região Centro-Sul, está o maior índice de casamentos civis e religiosos entre católicos (64,2%), enquanto Tunas do Paraná apresenta o menor, com 5,5%.

Mudanças no cenário nacional

No Brasil, o Censo 2022 mostra que as famílias com filhos representam apenas 42% do total - o menor índice da história. Em 2000, esse percentual era de 56,4%. Já os casais sem filhos cresceram de 13% para 24,1% das famílias.

Outro destaque é o aumento expressivo das famílias chefiadas por mulheres, que passaram de 22,2% em 2000 para 48,8% em 2022, evidenciando novas dinâmicas de autonomia feminina e transformação social.

 

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