O perfil do trabalhador do comércio paranaense está mudando. Cada vez mais feminino e jovem, o setor se consolida como uma das principais portas de entrada no mercado formal e um dos motores da economia do Estado. É o que aponta o estudo “Perfil do Trabalhador do Comércio no Paraná”, elaborado pela Fecomércio PR com base em dados da RAIS 2024 e do Caged 2025, em homenagem ao Dia do Comerciário, celebrado em 30 de outubro.

O levantamento mostra que 47,3% dos trabalhadores têm entre 30 e 49 anos, e 60% concluíram o ensino médio. O Paraná lidera a geração de empregos formais no comércio na Região Sul e ocupa o terceiro lugar no ranking nacional.
A participação feminina cresce de forma constante: 59% das novas vagas abertas entre janeiro e agosto de 2025 foram ocupadas por mulheres, consolidando a presença delas em funções de atendimento, gestão e vendas.

Apesar do avanço, ainda há diferença salarial: o rendimento médio das mulheres é de R$ 2.987,77, enquanto o dos homens chega a R$ 3.804,78. Mesmo assim, o estudo indica que o comércio paranaense tem se tornado um dos setores mais inclusivos e dinâmicos do mercado formal.

Comércio é porta de entrada para o primeiro emprego

Os jovens também se destacam na composição do setor. Sete em cada dez novas contratações foram de profissionais com até 24 anos, reforçando o papel do comércio como porta de entrada para o primeiro emprego. As faixas etárias de 18 a 24 anos (16,8%) e 25 a 29 anos (15,3%) formam um contingente expressivo de novos trabalhadores, que encontram nas funções operacionais e de atendimento uma oportunidade de iniciar a vida profissional.

O tempo médio de permanência no comércio é de 15 meses, reflexo da alta mobilidade laboral. Segundo o assessor econômico da Fecomércio PR, Lucas Dezordi, essa rotatividade é natural no setor e está relacionada à sazonalidade das vendas e à constante entrada de novos profissionais.

“Essa mobilidade mostra o dinamismo do comércio e sua função de termômetro da economia local: quando o setor aquece, contrata; quando esfria, ajusta rapidamente seu quadro de pessoal”, explica o economista.

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Para Dezordi, o estudo confirma que o comércio é um dos pilares da economia paranaense.

“A crescente participação de jovens e mulheres nas contratações sinaliza uma força de trabalho mais plural e conectada às novas exigências do consumo. O comércio se mantém como um segmento dinâmico e essencial ao desenvolvimento do Estado”, analisa.