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Marechal Cândido Rondon, PR
Neste 15 de outubro, o Brasil celebra o Dia do Professor, uma data que vai muito além das homenagens. É um momento de reconhecer a trajetória milenar de uma das profissões mais antigas e essenciais da humanidade - a de ensinar. Ser professor é perpetuar o conhecimento, inspirar gerações e construir o futuro por meio da educação.
A figura do professor surgiu muito antes das escolas modernas. Entre os egípcios e mesopotâmios, há cerca de 5 mil anos, já existiam mestres responsáveis por ensinar leitura, escrita e matemática nas chamadas “Casas da Vida”. Eram os escribas, guardiões do saber, que instruíam futuros administradores e sacerdotes.
Na Grécia Antiga, o ensino ganhou um caráter filosófico e racional. Sócrates, Platão e Aristóteles são considerados os primeiros grandes educadores do mundo ocidental. Eles transformaram o ato de ensinar em diálogo, reflexão e questionamento - princípios que ainda orientam a pedagogia moderna.
Durante a Idade Média, o conhecimento ficou concentrado nos mosteiros, e os monges e padres se tornaram os principais educadores, ensinando religião, leitura e escrita. Já com o Renascimento, a educação se libertou do domínio religioso, surgiram as primeiras universidades europeias, e o professor passou a ser reconhecido como profissional do saber.
No Brasil, a história começou com a chegada dos jesuítas em 1549, liderados por Manuel da Nóbrega, que fundaram as primeiras escolas do país e ensinaram indígenas e colonos. A educação pública surgiu oficialmente com o decreto de Dom Pedro I, em 1827, que criou as “escolas de primeiras letras” e marcou o início da estrutura educacional brasileira.
O Dia do Professor é celebrado em 15 de outubro justamente em referência a esse decreto imperial, assinado em 15 de outubro de 1827, que instituiu o ensino elementar no Brasil e simboliza o nascimento formal da educação nacional.
O tempo e a tecnologia mudaram a forma de ensinar, mas não o propósito. O quadro negro e o giz deram lugar às lousas digitais, tablets e plataformas virtuais. O professor do século XXI não é apenas transmissor de conteúdo, mas um mediador do conhecimento, capaz de integrar o ensino tradicional às novas linguagens digitais.
A pandemia de Covid-19 acelerou esse processo, exigindo dos docentes resiliência, criatividade e domínio tecnológico. Mesmo diante das dificuldades, milhões de professores reinventaram métodos, romperam barreiras e mantiveram viva a chama do aprendizado em tempos de distanciamento.
Apesar de sua importância, o professor ainda enfrenta desafios históricos no Brasil: baixos salários, infraestrutura precária e falta de reconhecimento social. A valorização da docência é tema recorrente em debates educacionais, e passa por melhores condições de trabalho, formação continuada e políticas públicas efetivas.
Mesmo assim, a dedicação desses profissionais é o que mantém viva a esperança em uma sociedade mais justa e preparada. O professor é aquele que não apenas ensina, mas transforma - e cada aula, cada orientação, é um ato de fé no poder da educação.
Mais do que uma profissão, ser professor é uma missão que atravessa o tempo. Do escriba egípcio ao educador conectado do século XXI, todos compartilham o mesmo ideal: tornar o conhecimento acessível e construir um mundo melhor por meio dele.
Neste 15 de outubro, o Brasil celebra não apenas os mestres do presente, mas também a longa caminhada de uma profissão que moldou a história da humanidade e continua moldando o futuro.
