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Dia dos Professores: estudo revela impacto da inteligência artificial na relação entre educadores e alunos

Pesquisa inédita da ANEC mostra que 78% das escolas já utilizam IA, mas reforça que o papel humano do professor continua insubstituível na era digital

Por: João Livi Fonte: ANEC
13/10/2025 às 09h48
Dia dos Professores: estudo revela impacto da inteligência artificial na relação entre educadores e alunos
Pesquisa da ANEC revela que 78% das escolas privadas já adotam inteligência artificial, mas a presença do professor segue essencial para o aprendizado humano. (Foto: Freepik)

Às vésperas do Dia dos Professores, um estudo inédito da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil (ANEC) lança luz sobre um dos temas mais debatidos na atualidade: o impacto da inteligência artificial (IA) na educação. A pesquisa revela que 78,1% das escolas privadas brasileiras já utilizam a tecnologia em processos pedagógicos ou administrativos - ou estão em fase de testes -, mostrando uma transformação acelerada no modo de ensinar e aprender.

Realizado com 91 instituições associadas à ANEC, o levantamento abrangeu majoritariamente a educação básica, com 86,8% das respostas vindas do ensino fundamental e 82,4% do médio. A maioria das escolas participantes está concentrada no Sudeste (57,1%), seguido por Sul (18,7%), Centro-Oeste (14,3%), Norte (11%) e Nordeste (9,9%).

Educação em transformação

A pesquisa evidencia uma mudança estrutural na dinâmica escolar. Plataformas digitais, aplicativos de apoio pedagógico e ferramentas de realidade virtual estão sendo incorporados às rotinas educacionais para tornar as aulas mais interativas, estimular o pensamento crítico e desenvolver a autonomia dos estudantes.

A irmã Iraní Rupolo, diretora-presidente da ANEC, destaca que a pesquisa foi elaborada “para compreender como a inteligência artificial e as tecnologias digitais estão transformando as relações humanas dentro da escola”. Segundo ela, o foco é apoiar gestores e professores a equilibrar inovação e vínculo humano, garantindo que a tecnologia “seja aliada, e não substituta, do processo formativo integral”.

Educadores ouvidos no estudo reconhecem que “vivemos o tempo da tecnologia” e que resistir a ela significa “fechar possibilidades para o presente e o futuro”. No entanto, também alertam que o maior desafio não é técnico, mas humano.

Desafios da era digital

Entre os principais obstáculos relatados, destacam-se o uso inadequado das tecnologias em sala de aula (58,2%) e a distração dos alunos (54,9%). Segundo os participantes, muitos estudantes passaram a depender excessivamente das ferramentas digitais, o que tem afetado a memória, a concentração e a valorização do papel do professor.

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Os alunos confiam demais nas tecnologias e esperam respostas prontas, sem exercitar o pensamento crítico ou a resolução de problemas. Isso enfraquece o reconhecimento do professor como peça essencial do processo de formação”, relata um dos representantes da pesquisa.

O novo papel do professor

Para enfrentar o desafio de equilibrar inovação tecnológica e vínculo humano, as escolas têm investido em formações continuadas, projetos interdisciplinares e colaborativos (49,5%) e espaços de escuta e acolhimento (19,8%).
As plataformas digitais são usadas como ferramentas de apoio, e não substituição, permitindo acompanhamento individualizado e feedbacks mais ágeis.

Um dos entrevistados resume o paradoxo da Educação 5.0: “O verdadeiro desafio não é apenas incorporar a IA, mas repensar a configuração da escola. É preciso coragem para transformar a tecnologia em oportunidade de reimaginar o ensino, formando sujeitos críticos, criativos e plenamente humanos”.

Professor: o elo insubstituível

O estudo da ANEC conclui que, embora a IA amplie as possibilidades de ensino, a presença humana do educador continua sendo o alicerce da aprendizagem. A tecnologia, quando usada de forma planejada e intencional, pode enriquecer o vínculo professor-aluno, promover o diálogo e fortalecer o acompanhamento personalizado - mas jamais substituí-lo.

O futuro da educação, aponta o relatório, depende justamente dessa combinação: a inteligência das máquinas a serviço da sabedoria humana.

 

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