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A Agência do Trabalhador (Sine) de Marechal Cândido Rondon consolidou-se como um dos principais motores de geração de emprego do Paraná. Segundo o gerente Sérgio Marcucci, o município soma 18.600 carteiras assinadas e o Sine local intermedeia cerca de 30% de todas as colocações. Em média, 300 pessoas são recolocadas por mês e, em 2024, foram 3.511 contratações intermediadas. O fluxo é intenso: todo mês, cerca de 1.000 trabalhadores trocam de emprego na cidade.
Diariamente, a agência divulga cerca de 400 vagas. O volume não representa escassez de mão de obra permanente, mas dinâmica de substituição: encerram-se posições preenchidas e abrem-se outras, mantendo o ritmo de contratações. Marcucci afirma que “dificilmente uma vaga aberta na Agência do Trabalhador deixa de ser fechada”.
Embora o foco seja a oferta de trabalho, a unidade orienta e auxilia na emissão da Carteira de Trabalho Digital, consultas de PIS e CNIS, e seguro-desemprego (para quem não consegue fazê-lo on-line). A prefeitura instalou Wi-Fi no local para facilitar os atendimentos.
Com 43% dos empregos formais, a indústria é o “coração” do mercado local. O destaque é o complexo alimentício (aves, suínos e derivados), que exporta e, assim, traz divisas externas que irrigam salários, serviços e insumos. O efeito cascata alcança construção de aviários, logística, manutenção, elétrica e encanaria, além de cooperados do agro.
Entre os maiores empregadores estão Lar (2.900 colaboradores), Frimesa (1.600), Copagril (1.500), além de Sooro, Alibra e Agrícola Horizonte.
A “régua” salarial subiu. Em várias indústrias, segundo Sergio, “dificilmente a pessoa ganha menos de R$ 3.000” considerando benefícios. A remuneração fixa média gira em torno de 1,5 salário mínimo, mas vale-alimentação, assiduidade e outros adicionais elevam o pacote para algo próximo de R$ 3.200. Há empresas que pagam 13º, 14º e participação nos resultados, com distribuições que já chegaram a 3–4 salários.
Em cinco anos, o município saltou de 14.800 para 18.600 carteiras assinadas, um aumento de 4.000 vagas (≈25%). O saldo positivo reflete atração de moradores e capacidade de preencher a expansão de vagas.
O ambiente de negócios reúne 8.600 empresas, das quais ≈5.000 são MEIs. Há forte formalização de ofícios (pedreiros, eletricistas, encanadores, soldadores, torneiros), reflexo de experiência acumulada e migração do CLT para prestação de serviços. O quadro eleva a força de trabalho ativa para ≈30.000 pessoas, somando celetistas, servidores públicos e ocupações não-CLT.
O Bolsa Família atende ≈1.190 famílias em Marechal Rondon, gerando ≈R$ 700 mil a R$ 800 mil por mês no comércio local. O seguro-desemprego injeta R$ 1,1 milhão a R$ 1,2 milhão/mês. Juntos, quase R$ 2 milhões entram mensalmente na economia rondonense via benefícios.
Com 12 servidores, a agência figura entre as melhores do Estado e do país: 8º lugar no Paraná em 2024 e, no 1º semestre de 2025, 23º lugar em intermediação entre 1.500 agências nacionais. O Sine celebra 50 anos neste mês, reforçando a parceria entre União, Estado e Município. O apoio local garante infraestrutura e celeridade nos serviços, com orientação direta do Executivo para atendimento digno e inclusão produtiva.