A participação brasileira no G20 Young Entrepreneurs Alliance (YEA), realizado entre 18 e 22 de setembro em Joanesburgo e Sun City, na África do Sul, rendeu resultados concretos em contatos comerciais, prospecção de parcerias e sondagens de investimento.
Segundo a Confederação Nacional de Jovens Empresários (Conaje), que liderou a delegação, houve consultas para exportação de açúcar, arroz e soja brasileiros, além de propostas de fornecimento de motopeças para o mercado nacional. O evento também chamou a atenção de instituições financeiras estrangeiras, que demonstraram interesse em investir em fintechs brasileiras, reforçando a percepção de que o setor de inovação financeira segue como um dos mais promissores do País.
A missão brasileira contou com 12 empresários, incluindo dirigentes da Conaje, o superintendente do Banco do Nordeste do Maranhão, membros do Conselho do Sebrae e da Associação dos Jovens Empresários do Maranhão (AJE-MA), além de convidados de diferentes setores. O grupo participou de encontros com autoridades locais, representantes do setor privado e reuniões bilaterais entre o Brasil e outros países.
De acordo com a Conaje, as conversas abriram novas frentes de avaliação setorial e poderão evoluir para negociações empresariais. “O encontro mostrou que há disposição em conhecer mais o mercado brasileiro. Além do interesse por produtos, instituições financeiras sondaram aportes em fintechs e cada delegado conseguiu abrir conversas para o seu setor”, afirmou Fábio Saraiva, presidente da Conaje.
No encerramento do encontro, os jovens empresários brasileiros assinaram o Communiqué do G20 YEA, documento que reúne recomendações elaboradas pelos delegados e que será encaminhado em novembro aos líderes do G20.
O texto destaca pautas como segurança alimentar e agricultura sustentável, transição verde, previsibilidade nas regras de comércio internacional e infraestrutura para inovação digital. Também propõe simplificação aduaneira, mecanismos acessíveis de solução de controvérsias para pequenas empresas, apoio a empreendedores fora dos grandes centros, estímulos a projetos de baixo carbono e padronização de requisitos para tecnologias digitais.
Além da agenda oficial, cada empresário brasileiro apresentou seus produtos, serviços ou cases em busca de internacionalização. A Conaje aponta como resultados imediatos a prospecção de parcerias, início de negociações comerciais e fortalecimento das relações institucionais, com destaque para o papel do Brasil como liderança entre as delegações jovens do G20.
Entre as áreas de maior afinidade identificadas entre Brasil e África do Sul estão tecnologia e serviços especializados, agroindústria e biocombustíveis, energia renovável e educação empreendedora.