A Itaipu Binacional vai investir R$ 12.685.870,93 na construção de 70 casas de alvenaria para as comunidades indígenas Tekoha Añetete (38 unidades) e Tekoha Itamarã (32 unidades), no município de Diamante d’Oeste. O convênio integra o Programa Itaipu Mais que Energia e tem como meta reduzir o déficit habitacional e garantir mais qualidade de vida aos povos indígenas da região.
As moradias, de 50 m² cada, seguem o padrão da Cohapar, com ligação elétrica, água canalizada e fossa séptica. O prazo de execução é de 30 meses, com possibilidade de aditivo para ampliação do número de unidades.
Segundo levantamento da Itaipu, muitas famílias das aldeias vivem em barracas improvisadas, sem acesso a saneamento, energia elétrica e água encanada. O crescimento populacional tem agravado o problema, obrigando mais de uma família a dividir a mesma residência.
Para o gestor do Programa de Sustentabilidade Indígena da Itaipu, Paulo Porto, o território é parte essencial da cultura avá-guarani. “Não é só terra, mas também saúde, educação, segurança hídrica e alimentar. A habitação é parte desse conjunto”, explicou.
Embora as casas sigam o modelo convencional, os próprios moradores devem adaptá-las às tradições guarani, incluindo espaços para fogueira e convivência coletiva.
Os caciques Cipriano Alves (Tekoha Itamarã) e João Miri (Tekoha Añetete) destacaram que as casas de alvenaria são fundamentais diante da falta de matéria-prima natural para construções tradicionais. Para eles, as novas moradias significam melhorias em saúde, educação e agricultura, fortalecendo a vida comunitária.
O prefeito de Diamante d’Oeste, Amarildo da Silva, reforçou que se trata de uma demanda antiga. “Somos um município pequeno, de baixo IDH, e o apoio da Itaipu é fundamental para o desenvolvimento e o bem-estar social da população indígena”, disse.