O Oeste do Paraná encerrou agosto em cenário mais positivo diante da estiagem que afeta outras partes do Estado. De acordo com o Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas (ANA), divulgado em parceria com o Simepar, as chuvas volumosas registradas na região contribuíram para o recuo da seca fraca, trazendo alívio para produtores rurais e mananciais.
O contraste é evidente quando comparado ao Norte do Paraná e à Região Metropolitana de Curitiba (RMC), onde a falta de chuva agravou a estiagem, elevando os níveis de seca para categorias mais severas.
Entre as 50 estações meteorológicas do Simepar com histórico de mais de oito anos, apenas 19 ultrapassaram a média de chuva para o mês de agosto - e duas delas estão no Oeste. Em Santa Helena, o volume foi 111,8 mm acima da média histórica. Já em Pinhão, o acumulado superou a média em 113,5 mm.
Esses resultados colocam o Oeste entre as poucas regiões paranaenses a apresentar avanço positivo no monitoramento climático, favorecendo o campo e garantindo maior estabilidade hídrica a curto prazo.
Enquanto isso, o Norte do Estado viu a seca moderada evoluir para grave, atingindo cidades próximas à divisa com São Paulo. Na RMC e no Litoral, a estiagem passou de fraca para moderada. Em Cambará, por exemplo, não choveu sequer 1 mm durante todo o mês. Já em Jaguariaíva e Telêmaco Borba, os acumulados ficaram entre os menores em décadas.
Em Curitiba, o acumulado de agosto foi de 39,4 mm, menos da metade da média histórica de 82,6 mm.
Segundo a ANA, os efeitos no Centro-Norte do Paraná são de curto e longo prazo, podendo impactar tanto o abastecimento de água quanto a produção agrícola. No Oeste, a situação é mais favorável, com impacto de curto prazo apenas na agricultura - cenário que tende a se estabilizar devido ao volume extra de chuvas.
O Monitor de Secas, criado em 2014 e ampliado para todo o Brasil em 2017, utiliza dados de precipitação, temperatura, vegetação, níveis de reservatórios e evapotranspiração para mapear a situação climática. O Simepar coordena a análise das regiões Sul e Sudeste, reforçando que, apesar da melhora no Oeste, a vigilância deve ser constante.