O Parque Ecológico Diva Paim Barth, em Toledo, recebeu nesta quarta-feira (27) o Ônibus Lilás, iniciativa da Secretaria de Estado da Mulher, Igualdade Racial e Pessoa Idosa (Semipi), em parceria com a Secretaria Municipal da Mulher. Durante todo o dia, o veículo esteve estacionado em frente ao Aquário Municipal Doutor Romolo Martinelli, oferecendo atendimentos individuais, palestras e orientações jurídicas e sociais a mulheres em situação de vulnerabilidade.
A atividade faz parte do calendário do Agosto Lilás, mês dedicado à conscientização sobre a violência contra a mulher e que marca a entrada em vigor da Lei Maria da Penha, em 2006. Considerada um divisor de águas no enfrentamento da violência doméstica no Brasil, a lei foi lembrada como símbolo de resistência e conquista de direitos.
Antes da abertura do veículo, uma breve solenidade reuniu autoridades e representantes de diversas entidades, incluindo Prefeitura de Toledo, Polícia Civil, Guarda Municipal, Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Núcleo Maria da Penha, Núcleo Regional de Educação, OAB e Agência do Trabalhador. Durante a ação, foram ofertados ainda exames rápidos de saúde e encaminhamentos para vagas de emprego.
Para a secretária municipal da Mulher, Eliane Bombardelli, a presença do veículo foi uma oportunidade de ampliar o acesso a serviços essenciais. “A presença deste veículo coroa toda a programação alusiva ao Agosto Lilás. Estamos quase no fim do mês e já com a sensação de dever cumprido, pois conseguimos levar informação e conscientização sobre a importância de combater a violência doméstica”, afirmou.
Ela adiantou que o encerramento da campanha será nesta sexta-feira (29), com a fixação de cartazes em banheiros femininos de bares e casas noturnas, alertando mulheres sobre canais de denúncia em casos de assédio ou violência.
A delegada da Delegacia da Mulher de Toledo, Ana Cris Souza de Oliveira, destacou que muitas vítimas ainda não reconhecem as diversas formas de violência previstas na lei. “Não existe somente a violência física. Há também a moral, a patrimonial, a sexual e a psicológica. Muitas vezes a vítima não sabe que aquilo que está passando é uma forma de violência, e essa violência pode escalar até chegar no feminicídio”, alertou.
Segundo ela, além do trabalho repressivo, a Polícia Civil atua de forma preventiva com palestras e orientações em escolas e comunidades. “O enfrentamento exige a soma de esforços de diferentes instituições e esferas de governo. Sem essa cooperação, o trabalho isolado da Polícia seria insuficiente diante da complexidade do problema”, reforçou.