O Pix parcelado já entrou na rotina dos brasileiros e promete se consolidar como um dos meios de pagamento mais utilizados no país. A modalidade, que será oficializada pelo Banco Central (BC) até setembro, já é usada por 53% dos consumidores, segundo pesquisa “Jornada de Crédito: como consumidores e executivos avaliam oportunidades e riscos”, divulgada pela Matera neste ano.
Na prática, o Pix parcelado conecta lojistas e instituições financeiras, que assumem a oferta de crédito ao consumidor. O valor integral da compra é repassado de forma imediata ao recebedor, enquanto o pagador divide o montante em parcelas. A proposta é reduzir custos para os comerciantes e ampliar o acesso ao crédito, competindo diretamente com os cartões.
Atualmente, 31% dos brasileiros já usaram a solução, índice próximo ao financiamento (35%) e ao cheque especial (38%). Emergências pessoais e pagamento de contas ou compras à vista estão entre os principais motivos para a adesão.
A pesquisa mostra que os bancos digitais lideram a oferta do serviço, escolhidos por 73% dos entrevistados. Já os bancos tradicionais ficaram com 32% e as empresas de pagamentos e serviços financeiros com 26%.
Segundo especialistas, o recurso representa inclusão financeira ao permitir que consumidores sem cartão de crédito ou limite disponível possam realizar compras parceladas com a mesma agilidade do Pix. Para o comércio eletrônico, os ganhos incluem maior taxa de conversão, aumento do ticket médio e menor desistência no checkout.
Apesar da popularidade, a modalidade ainda enfrenta obstáculos. Do total de entrevistados, 32% disseram que informações cruciais, como taxas e prazos, aparecem tarde no processo de contratação. Outros 21% apontaram falta de personalização, e 19% relataram dificuldade em resolver dúvidas em canais digitais.
A compreensão dos custos também preocupa: apenas 38% dos usuários afirmaram conhecer a taxa de juros cobrada. Especialistas da Serasa alertam que, diante de juros altos ou dívidas elevadas, pode ser mais vantajoso negociar diretamente com o credor ou recorrer a plataformas de negociação.
Além do parcelamento, o BC já anunciou uma nova funcionalidade para 2026: o Pix em Garantia. A proposta permitirá que empresas utilizem recebíveis futuros de Pix como garantia em operações de crédito, ampliando o acesso a capital de giro de forma mais ágil e barata.
Para o comércio eletrônico, a novidade pode significar um impulso no reinvestimento em áreas estratégicas como estoque, logística e marketing digital. A expectativa é que o Pix se consolide não apenas como meio de pagamento instantâneo, mas também como ferramenta de alavancagem financeira para o varejo.