As ações de conservação de solos e água promovidas na área de atuação da Itaipu Binacional têm gerado impactos diretos não apenas na produção de alimentos, mas também na disponibilidade hídrica para geração de energia elétrica. Pesquisas realizadas em parceria com a Embrapa, IDR-Paraná, Esalq/USP e Faped comprovam que práticas de manejo sustentável tornam o solo mais eficiente no armazenamento de água, fortalecendo propriedades rurais contra os efeitos das mudanças climáticas.
De acordo com os estudos desenvolvidos no âmbito da Ação Integrada de Solo e Água (Aisa), técnicas como o terraceamento, o sistema de plantio direto com diversificação de culturas e a proteção de nascentes aumentam a infiltração da água da chuva e reduzem a perda de nutrientes.
Em áreas com diversificação de culturas, a infiltração da água chega a ser três vezes maior que em propriedades sem manejo sustentável.
O terraceamento reduz em 90% os custos com insumos para repor nutrientes e em 85% as perdas de solo e água nas lavouras.
Esses resultados fortalecem a resiliência das culturas em períodos de seca e evitam erosões durante chuvas intensas. Ao mesmo tempo, mantêm os reservatórios mais limpos e prolongam sua vida útil, ao reduzir o aporte de sedimentos e micropoluentes.
Atualmente, o programa acompanha 41 mil hectares de áreas referência em manejo conservacionista. Ao longo de sua história, já foram implantados mais de 116 mil hectares de terraceamento, beneficiando mais de 2.500 famílias de agricultores - número que deve superar 7 mil propriedades a partir de novas parcerias.
Essa atuação integrada garante o ciclo virtuoso entre agricultura, meio ambiente e geração de energia: o solo bem manejado produz mais água, que alimenta os rios e assegura o funcionamento da hidrelétrica.
O solo tem papel central na regulação climática. Quando mal manejado, pode acelerar a emissão de gases de efeito estufa, agravando o efeito estufa por meio da decomposição acelerada da matéria orgânica, erosão em períodos de chuva ou perda de vegetação em épocas de seca.
Por outro lado, quando bem cuidado, o solo se transforma em aliado da sustentabilidade: sequestra carbono, regula a produção de água nas bacias hidrográficas, reduz riscos de enchentes e assegura maior produtividade agrícola.
Dados do Programa Soja Baixo Carbono (Embrapa) indicam que a adoção de tecnologias sustentáveis pode reduzir em até 30% as emissões de gases de efeito estufa relacionadas ao uso de diesel, fertilizantes e defensivos. Um estudo realizado no Oeste do Paraná mostrou ainda que 75% da produção de água dos rios é controlada pelo solo, reforçando sua importância estratégica.