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Paraná inaugura maior biofábrica mundial de mosquitos com Wolbachia

Unidade em Curitiba produzirá até 100 milhões de ovos por semana para controle de dengue, zika e chikungunya

Por: João Livi Fonte: Secretaria de Estado da Saúde
19/07/2025 às 17h14
Paraná inaugura maior biofábrica mundial de mosquitos com Wolbachia
Fachada da biofábrica Wolbito do Brasil, em Curitiba, com área de 3,5 mil metros quadrados e estrutura automatizada para criação de mosquitos com Wolbachia. (Foto: Tecpar)

Neste sábado (19), foi inaugurada no Parque Tecnológico da Saúde do Governo do Paraná, em Curitiba, a maior biofábrica do mundo de mosquitos Aedes aegypti infectados com a bactéria Wolbachia, conhecidos como Wolbitos. A unidade, fruto de parceria entre a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), terá capacidade para produzir até 100 milhões de ovos de mosquitos por semana, priorizando municípios com alto risco de transmissão de arboviroses.

Com mais de 3,5 mil metros quadrados de área construída e equipada com tecnologia de ponta para automação, a biofábrica da Wolbito do Brasil contou com investimento de R$ 231 milhões. A equipe é composta por cerca de 70 funcionários, entre biólogos, técnicos de laboratório e profissionais de apoio logístico.

Parcerias e coordenação
A operação da nova unidade será coordenada pelo Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), resultado da parceria entre a Fiocruz e o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), em conjunto com o World Mosquito Program (WMP), detentor da patente da tecnologia. O diretor-presidente do Tecpar, Eduardo Marafon, ressaltou o compromisso do governo do estado em promover soluções inovadoras para a saúde pública.

Desenvolvido e aplicado no Brasil pela Fiocruz, o método consiste na liberação de mosquitos Aedes aegypti infectados com a bactéria Wolbachia, que impede o desenvolvimento dos vírus da dengue, chikungunya e zika. Sem envolver modificação genética, a técnica se torna autossustentável ao longo do tempo, pois a bactéria permanece na população local sem necessidade de novas liberações.

A expectativa é beneficiar aproximadamente 140 milhões de brasileiros ao longo de dez anos de atividade, com distribuição de Wolbitos em diversos municípios de alto risco. Até o momento, o método foi implantado em oito cidades brasileiras: Niterói (RJ), Rio de Janeiro (RJ), Londrina (PR), Foz do Iguaçu (PR), Campo Grande (MS), Joinville (SC), Belo Horizonte (MG) e Petrolina (PE).

Contexto epidemiológico
Dados do boletim epidemiológico da Sesa indicam que, em 2025, o Paraná registrou 85.611 casos confirmados de dengue e 107 óbitos; 5.135 casos de chikungunya e cinco mortes; e nenhum caso ou óbito por zika vírus no período.

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A inauguração reforça as ações de prevenção e combate às arboviroses no estado, que desde 2019 contam com o Comitê Intersetorial de Controle da Dengue. Além do método Wolbachia, o governo mantém estratégias como mutirões para eliminação de criadouros, campanhas de conscientização, aplicação de inseticidas e atendimento clínico qualificado.

Declarações oficiais
O secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, afirmou: “A inauguração desta unidade coloca o Paraná em destaque nacional no uso de tecnologia avançada e sustentável no combate às arboviroses para todo o país”. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ressaltou: “Não existe nenhum lugar no mundo que produza a quantidade de mosquitos que será produzida aqui com essa tecnologia. É importante contar com instituições públicas como essas, que nos permite expandir cada vez mais as parcerias com empresas nacionais e internacionais para a produção de novas tecnologias, gerando emprego, renda, tecnologia e conhecimento aqui no Estado do Paraná".

 

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