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Colégio luterano Rui Barbosa celebra 70 anos

Instituição referência em educação cristã reuniu autoridades, alunos e comunidade em Marechal Cândido Rondon para comemorar sete décadas de história

Por: João Livi
01/07/2025 às 18h00 Atualizada em 01/07/2025 às 20h16

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Desde os primeiros passos dados pelos migrantes gaúchos e catarinenses, a Escola Concórdia, hoje Colégio Luterano Rui Barbosa, forjou sua trajetória junto à cidade, enlaçando-se inseparavelmente com a do  município. Na abertura, o protocolo oficial lembrou que o Rui Barbosa é verdadeiramente um patrimônio desta comunidade. Desde antes da emancipação municipal, essa instituição tem servido à comunidade, formando líderes e consolidando-se como um centro educacional de excelência. Seu compromisso vai além da formação técnica e científica, buscando uma formação humana integral, abrangendo mente, corpo e alma.

Destacou o protocolo que o colégio não foi edificado ao som da serra e do machado, mas ao som dos giz, riscando quadro, por meio do esforço incansável de inúmeros homens e mulheres. Complementou ressaltando que a trajetória do município se enlaça inseparavelmente com a da nossa escola. E que o Rui Barbosa é, sem dúvida, um legado duradouro da história rondonense.

A voz do legislativo municipal

O vereador Valdir Sachser (Valdirzinho), presidente da Câmara Municipal, evocou memórias pessoais ao saudar professores, alunos e autoridades:

“Bom dia a todos! Primeiro, quero agradecer a Deus por esta maravilhosa oportunidade de estar aqui.
Dia frio, coração quente, como vocês disseram, esse coração é tão quente quanto as mãos dos fundadores deste colégio. Hoje, após 16 anos afastado de mandato eletivo, Deus me deu a chance de representar o poder legislativo e, junto com meus colegas, reafirmo: esta Casa está de portas abertas para ideias e reivindicações que tornem Marechal Cândido Rondon ainda mais forte”.

Valdirzinho recordou que “daqui saíram profissionais de todas as áreas” e destacou o orgulho coletivo pela trajetória do Rui Barbosa, convidando a comunidade a continuar contribuindo para seu desenvolvimento.

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O prefeito celebra parcerias e crescimento

Em seguida, o prefeito Adriano Backes destacou a importância histórica da instituição para o município e a colaboração com a direção:

“Muito bom dia, manhã gelada, mas gostosa para comemorar este aniversário.
Para quem vinha de Santa Catarina ou do Rio Grande do Sul, o primeiro passo era desbravar uma terra nova, mas o pai pensava primeiro nos filhos, em uma instituição que os conduziria a uma vida melhor.
Hoje, 70 anos depois, Marechal Cândido Rondon celebra 65 anos de educação, mas começou com este colégio, que impulsionou o crescimento do oeste paranaense.
Agradeço ao diretor e toda a equipe pelos projetos que, às vezes, o município não consegue realizar sozinho. Precisamos de boas parcerias para levar conhecimento a crianças, jovens e adultos”.

Backes ainda elogiou a apresentação da orquestra de sopro e bateria, afirmando que “todos os colégios deveriam ter iniciativas culturais tão ricas”, e desejou bênçãos a professores e alunos.

A perspectiva da mantenedora

Representando a AIVARB, o presidente André Rohloff destacou a força humana por trás do Rui Barbosa:

“Bom dia a todos. É uma honra enorme representar a mantenedora. Sete décadas de história com jovialidade e muito a produzir, por quê? Porque o colégio é puro material humano: colaboradores incríveis, alunos dedicados. Este trabalho diário é sustentado pela paixão do diretor Claudimar e de toda equipe, pois ninguém faz nada sozinho. A presença de vocês nos honra; vamos continuar levando educação fundamentada em princípios éticos e cristãos a toda a comunidade”.

Rohloff reforçou o compromisso de seguir “os caminhos que nosso fundador traçou” e agradeceu “enormemente por este privilégio”.

Fé e missão no olhar do diretor

O pastor Cleudimar Wulf, diretor do Colégio Luterano Rui Barbosa, encerrou a cerimônia com uma fala carregada de gratidão, esperança e emoção. Brincando com o frio da manhã, comentou, bem-humorado:

“Bom dia! Tudo bem? Sim! Tudo frio, né? Caramba! Acho que é porque deixaram a janela aberta.”

A metáfora da janela serviu de fio condutor para seu discurso: “Há muito tempo, antes dos anos 60, ouvi dizer que teríamos uma escola da nossa própria igreja. Foi esse olhar pela janela que inspirou famílias a desbravar terra nova, guiadas pela fé e pela certeza de uma educação fundamentada em valores cristãos”.

Em seguida, ele admitiu sentir o peso das incertezas do mundo atual e convocou todos a manter viva a coragem dos pioneiros:

“Nem sempre é fácil olhar para fora da janela, às vezes, nos assusta o que vemos: violência, desigualdades, crises. Mas o desafio, enquanto cristãos, é ter o mesmo espírito daqueles que, ao abrir aquela primeira janela para este lugar, enxergaram a escola como semente de transformação”.

O momento mais comovente veio quando o diretor relatou o susto que viveu dias atrás:

“Tive uma experiência ruim na semana passada e, ao mesmo tempo, muito boa. Deus me permitiu abrir essa janela hoje, mas não sei por quanto tempo. Esse episódio me lembrou da fragilidade da vida: crianças, jovens, por acidentes ou tristezas além de nosso controle, são ceifados todos os dias. Então, enquanto respiramos, precisamos fazer valer cada instante, lutar não só por nós, mas pela comunidade que nos cerca”.

Com a voz embargada, Cleudimar mencionou três colaboradoras cujo empenho foi decisivo na preparação dos festejos. E as chamou para virem a frente, para serem reverenciadas. E disse:

“Não consegui dar todo o apoio que gostaria, mas eles se esforçaram muito".

Ao convidar as três para a frente do público, arrancou aplausos emocionados e reforçou a lição de solidez humana que a escola ensina:

“Educar é abrir janelas: para o saber, para a cultura, para a arte e para a vida. É oferecer caminhos que, uma vez trilhados, deixam marcas para sempre”.

Por fim, reforçou o compromisso com a formação integral:

“Nossa missão segue clara: formar cidadãos de caráter, conhecimento e compaixão — sementes que, plantadas hoje, florescerão em uma sociedade cada vez mais justa e igualitária”.

Encerramento e confraternização

Ao término dos pronunciamentos, o Coral de Funcionários entoou dois hinos. Antes, porém, a banda do colégio já havia entonado o hino nacional brasileiro e o hino do colégio, marcando o momento de união entre fé, comunidade e tradição. Na sequência, foi cortado o impressionante bolo de 70 metros, preparado conforme idealizado pelo diretor pastor Cleudimar Wulf em seu discurso, distribuído a professores, alunos, autoridades e convidados como símbolo doce desta celebração histórica.

 

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