No dia 23 de junho de 2025, durante a Semana de Ciência, Tecnologia e Inovação para o SUS (CT&I+ SUS), em Brasília, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) apresentou oito projetos inovadores que visam melhorar a gestão e a eficiência do Sistema Único de Saúde. As iniciativas foram contempladas por editais do Ministério da Saúde em parceria com o CNPq e desenvolvidas em diversas áreas do conhecimento.
Esses projetos contribuem com soluções tecnológicas, dados estratégicos e propostas de políticas públicas, consolidando a UFPR como uma das protagonistas nacionais na articulação entre ciência e saúde pública.
O projeto “Eu Decido”, liderado pelo professor Marcos Signorelli, é uma plataforma digital que ajuda mulheres vítimas de violência por parceiro íntimo a identificarem riscos, avaliarem sua segurança e traçarem planos personalizados. A iniciativa é realizada em parceria com as Casas da Mulher Brasileira e universidades no Brasil e no exterior.
Sob coordenação da professora Jaqueline Carvalho de Oliveira, o projeto desenvolve um kit molecular para detectar marcadores genéticos em pacientes com leucemia linfoide aguda. A proposta visa oferecer um exame mais eficaz e acessível para o SUS, especialmente no atendimento pediátrico.
A professora Maria de Fátima Mantovani, do Departamento de Enfermagem, lidera um projeto que promove a educação em saúde digital em áreas isoladas de Guaraqueçaba, no litoral do Paraná. A iniciativa prevê a produção de conteúdos educativos e o uso de tecnologias digitais para fortalecer o cuidado local.
O Observatório Nacional Saúde Mental & Trabalho, coordenado por Fernanda Moura D’Almeida Miranda, investiga os principais fatores que afetam a saúde mental dos trabalhadores no Brasil. O projeto articula 19 universidades e 19 serviços do SUS em um esforço nacional para mapear desafios e propor políticas de vigilância em saúde do trabalhador.
Coordenado por Luciana de Alcantara Nogueira, o projeto identifica necessidades não atendidas de mulheres cisgênero e homens trans que sobreviveram ao câncer de mama. O estudo orienta a criação de planos de cuidado personalizados e subsidiará novas estratégias de acolhimento no SUS.
Na Clínica de Direitos Humanos da UFPR, a professora Taysa Schiocchet lidera uma pesquisa que avalia o acesso ao aborto legal em casos de violência sexual. A proposta mapeia barreiras
e oportunidades para promover justiça reprodutiva e aprimorar o atendimento em serviços do SUS.
O projeto da professora Carolina Mathias, do Departamento de Genética, busca identificar marcadores moleculares de resistência ao tamoxifeno, medicamento usado no tratamento do câncer de mama. A pesquisa visa possibilitar um monitoramento mais eficaz das pacientes, contribuindo para decisões clínicas mais assertivas.
Coordenado por Rodrigo Arantes Reis, o LabMóvel ZikaBus leva exposições sobre arboviroses a escolas e comunidades. Em 2025, o projeto será expandido com ações nas redes sociais e em parceria com unidades de saúde, com foco na conscientização sobre dengue, zika, chikungunya e febre amarela urbana.
Os oito projetos fazem parte de chamadas públicas lançadas pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde (Sectics), em parceria com o CNPq, focadas em doenças não transmissíveis, saúde de precisão, combate à desinformação científica e educação em saúde.