A Secretaria de Saúde de Marechal Cândido Rondon emitiu um comunicado de atenção à comunidade após registrar um aumento significativo nos acidentes envolvendo cães, gatos e morcegos no município. O alerta, divulgado pelo setor de Epidemiologia e pela Vigilância Sanitária, destaca a importância de evitar qualquer interação com animais desconhecidos, mesmo aqueles que pareçam dóceis.
“Não tente tocar, pegar no colo ou acolher animais de origem desconhecida. Mesmo comportamentos aparentemente calmos podem preceder reações agressivas”, destaca a nota da Secretaria.
O cenário é agravado pela falta de soro e imunoglobulina antirrábica em todo o território nacional. Atualmente, há apenas um laboratório responsável por fabricar esses insumos essenciais, o que limita a capacidade de resposta imediata. Em casos mais graves, os medicamentos são fornecidos pela 20ª Regional de Saúde, mas apenas após avaliação médica rigorosa.
A recomendação é clara: qualquer pessoa que sofrer mordida, arranhão ou contato com saliva de animal em feridas ou mucosas deve buscar atendimento médico sem demora. A conduta nesses casos segue os critérios da Nota Técnica nº 05/2022 DVVZI/CVIA/DAV, que avalia o tipo e o grau de exposição.
Mesmo os animais sem dono fixo podem ser monitorados para controle da raiva, desde que alguém da vizinhança possa confirmar o comportamento habitual e a frequência de circulação do animal. Essa observação contribui para que os profissionais de saúde definam, com mais segurança, a necessidade de tratamento profilático.
Casos recentes com morcegos vivos e mortos aumentaram o nível de preocupação das autoridades. O contato com esses animais, mesmo após a morte, é considerado acidente de risco para raiva. Nestes casos, a recomendação é cobrir o morcego com um recipiente e acionar imediatamente a Vigilância Sanitária, que fará a remoção com os devidos cuidados.
Outro ponto de atenção é o registro de raiva bovina no distrito de Porto Mendes. A confirmação reforça o alerta sobre os riscos em áreas rurais, onde os morcegos são os principais transmissores da doença. As medidas de contenção foram tomadas pelas autoridades competentes, mas o risco permanece ativo.
A Secretaria de Saúde reforça que, em qualquer suspeita ou acidente com animal, a população deve buscar uma unidade de saúde imediatamente. A colaboração dos moradores é essencial para reduzir riscos e evitar a necessidade de tratamentos complexos, ainda mais em um momento de escassez nacional de insumos essenciais.