Nesta quarta-feira (31), a inovação foi o foco durante a quarta edição do Link Iguassu Valley, no Centro de Eventos da Lar Cooperativa, em Medianeira. Com 51 desafios lançados, o encontro reuniu participantes de 60 cidades e 11 estados brasileiros, reforçando seu papel como um dos principais eventos de inovação aberta do Brasil.
A abertura contou com a presença de autoridades que destacaram a importância da inovação e da colaboração entre empresas. Jadson Siqueira, coordenador do ecossistema Iguassu Valley, ressaltou o papel dos líderes empresariais no processo de inovação.
“A inovação muitas vezes é vista como custo, e a conversa costuma ficar restrita aos departamentos de tecnologia de informação e comunicação ou a laboratórios. Mas a inovação só acontece de verdade quando é capitaneada pelos líderes das empresas. Aqui temos grandes exemplos disso, de líderes que estão falando sobre inovação. No Link, são apresentadas as demandas às pessoas que podem resolver e isso demonstra a maturidade do nosso ecossistema,” ressaltou.
Segundo Irineo da Costa Rodrigues, diretor-presidente da Lar Cooperativa, a inovação trouxe muitos benefícios financeiros para a cooperativa, e os passos iniciais foram dados a partir do Link, um evento que, de acordo com ele, fortalece a disseminação da cultura da inovação.
“Há alguns anos, depositamos muita força na inovação e isso tem nos trazido resultados financeiros significativos. Nós acreditamos na inovação, e o Link é importante para disseminar a cultura da inovação e do conhecimento. Nos sentimos gratificados por ver essa revolução e, hoje, contamos com vários participantes em um movimento que começou pequeno. Parabéns a todos os envolvidos,” afirmou.
O diretor-superintendente do Sebrae/PR, Vitor Tioqueta, ressaltou a importância da colaboração entre grandes e pequenas empresas para o desenvolvimento econômico.
“Só conseguimos ter desenvolvimento das micro e pequenas empresas se trabalharmos em conjunto com as médias e grandes empresas. O Link é uma oportunidade de desenvolver inovação por meio dessa conexão. Portanto, são eventos como esse que nos fazem aproximar o mercado disposto a inovar, possibilitando o surgimento de bons negócios,” disse.
Conectar para inovar
Neste ano, os 51 desafios do Link Iguassu Valley foram divididos em várias verticais, como Indústria 4.0, LogTech, Materiais Avançados, Internet das Coisas (IoT), HealthTech & Wellness, GreenTech & Energy, AgroTech, ESG, Big Data & AI, e IT & Comm.
Mahmoud Al Sayd foi um dos solucionadores participantes. Ele é diretor executivo da Go On Associated, de Curitiba, e garante que o Link é um evento produtivo. Prova disso é que, depois da primeira participação, na edição do ano passado, ele já conseguiu consolidar um novo negócio.
“Estávamos há muito tempo buscando atuar na região Oeste e tínhamos dificuldade em acessar as pessoas certas para fazer isso. No Link do ano passado, tivemos contato com os desafios, participamos dos pitches com as empresas demandantes e conseguimos fechar um negócio com a Lar Cooperativa. O projeto está em desenvolvimento e nos mostrou que o Link poderia ajudar a encurtar caminhos, nos levando a apresentar nosso trabalho diretamente a quem precisa. Participamos da edição em Curitiba, em junho, e agora estamos aqui novamente, trabalhando para fechar mais um negócio”, relata.
O coordenador de inovação da C.Vale, cooperativa de Palotina, Cassiano Busatta Pasa, também aborda essa efetividade. Esta é a primeira vez que a cooperativa participa do evento enquanto demandante, mas, segundo ele, as expectativas são positivas justamente porque as edições anteriores demonstraram resultados como o de Mahmoud e da Lar, por exemplo.
“Nos anos anteriores, não tínhamos área de inovação estruturada e optamos por participar apenas quando o setor já estivesse estruturado. Agora, com tudo alinhado, viemos como demandantes, com quatro desafios, três deles voltados à indústria e um voltado a soluções para o campo. Acredito que teremos boas conexões e propostas habilitadas, com possibilidade de fechar contratos”, pontua.
Apesar da jornada presencial ter ocorrido nesta quinta-feira (31), o Link Iguassu Valley tem programação ampla, com duração de dez meses, entre apresentação do interesse das empresas demandantes; formatação e apresentação dos desafios aos potenciais solucionadores; matchmaking, que é justamente o evento presencial, que foca na formação de conexões entre demandantes e solucionadores; habilitação das propostas para atender aos desafios; viabilização dos projetos; apresentação e formalização dos contratos.
Durante o evento, também foram lançadas duas novidades: Programa de Internacionalização de Empresas de Tecnologia, do Sebrae/PR, que visa facilitar a internacionalização, por meio de conexões globais, aprendizado contínuo e identificação do potencial das startups participantes; e o Programa Conexões Corporativas, do Sebrae Nacional, que oferece incentivo para que os pequenos negócios da cadeia de valor da grande empresa tenham acesso a serviços e conteúdos digitais para melhorar seu desempenho.
Apoio, fomento e capacitação
Além de fomentar a geração de novos negócios, o Link Iguassu Valley também teve um momento específico para gerar conexões. Para isso, o evento foi dividido em duas partes: a primeira, com foco na apresentação dos desafios aos potenciais solucionadores; e a segunda, com a apresentação de soluções que as instituições de apoio e fomento têm disponíveis para startups e Micro e Pequenas Empresas impulsionarem seus projetos.
Rafael Wandrey, coordenador de relações com o mercado da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), foi um dos palestrantes. Ele e a equipe apresentaram o fomento oferecido pela Embrapii , que possibilita, por conta de uma parceria com o Sebrae, o subsídio de até 90% dos custos de desenvolvimento dos projetos pela rede de centros de inovação credenciados, as Unidades Embrapii.
“É apenas uma das possibilidades e, às vezes, os empreendedores não sabem que têm tudo isso à disposição. O Link é incrível porque apresenta isso de forma acessível aos interessados, nos ajudando a chegar diretamente a quem precisa. Aqui em Medianeira temos um verdadeiro exemplo para o Brasil, e essa ação de inovação aberta tende a fazer que as empresas realmente tenham mais contato com a inovação e com as instituições de fomento. Isso é essencial para as startups que realmente têm a solução e vão atender casos reais no mercado”, enfatiza.
Além da Emprapii, outras instituições também se apresentaram, tais como: AcicLabs, AntiFrágil Consultoria, Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), Sebrae/PR, Biopark, Embrapa, Espaço Impulso, Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Cientech Oeste, Fundetec, Iguassu Agro Ventures, Fomento Paraná, Lamia UTFPR Santa Helena, PUC-PR, Incubadora Hotmilk, Universidade de Caxias do Sul (UCS), Ventiur Investimentos em Novos Negócios e Itaipu Parquetec.
Habilitação e resultados
Seguindo o fluxo rápido de funcionamento das startups, o Link Iguassu Valley já apresentou os resultados desta edição no final do evento. Durante a jornada matchmaking, foram realizadas 342 horas de mentorias, e habilitadas 486 propostas para 51 desafios.
A data do próximo evento também já foi revelada: será no dia 7 de agosto de 2025.
A quarta edição do Link Iguassu Valley foi uma iniciativa do ecossistema de inovação Iguassu Valley, realizada pelo Sebrae/PR; correalizada pelas cooperativas Lar e Frimesa e patrocinada pelo BRDE, o Itaipu Parquetec e a Mapper Idea. As empresas demandantes foram Copacol, C.Vale, Unimed Cascavel, Lar, Coopavel, Frimesa, Copagril, Coprossel e Via Group.
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