O diretor-presidente da Frimesa, Elias José Zideck, participou na tarde desta sexta-feira (31) da Assembleia Geral Ordinária da Copagril, realizada na AACC, em Marechal Cândido Rondon. Na ocasião, ele fez uso da palavra para abordar os desafios do cooperativismo diante das oscilações do mercado, destacando a missão das cooperativas na sustentação da cadeia produtiva de seus associados.
Zideck ressaltou a necessidade de compreender o funcionamento do mercado e de se preparar para suas constantes flutuações:
"Nós do cooperativismo temos o desafio de entender como funciona o mercado. E como nós temos que nos preparar para atuar nesse mercado. Muitas vezes o mercado oscila muito. Os preços de um determinado produto vão lá em cima, dali a seis meses vão lá para baixo. Há uma oscilação muito grande no mercado. E nós do cooperativismo temos que administrar essas coisas. Nem tanto ruim quando está embaixo e nem tanto na ponta quando está em cima".
Segundo ele, a principal missão das cooperativas é garantir a sustentabilidade dos produtores, pois a atividade rural é a base de sustento de muitas famílias. O cooperativismo deve atuar para estabilizar os impactos das oscilações do mercado, assegurando condições favoráveis para os produtores ao longo do tempo.
Zideck apresentou uma análise otimista sobre o mercado de suínos para 2025. A oferta e demanda mundial estão equilibradas, e países concorrentes, como Europa, Ásia e Estados Unidos, enfrentam problemas sanitários que podem favorecer o Brasil. A previsão é de estabilidade na produção, com um crescimento de apenas 1,5% a 2%, enquanto o consumo interno também tem aumentado.
A exportação é um fator decisivo para o crescimento do setor, e o Brasil tem conquistado novos mercados, como as Filipinas, que se tornou o segundo maior importador de carne suína brasileira em 2023. A competitividade, no entanto, depende do custo de produção:
"Se a gente quer competir no mundo, nós temos que produzir suínos abaixo de 1 dólar por quilo. Esse é o arrego internacional. Quem produz até 1 dólar por quilo vai ganhar sempre o mercado internacional".
Com a cotação do dólar oscilando entre R$5,80 e R$5,85, Zideck destaca que a redução de custos de produção pode garantir maior participação do Brasil no mercado externo.
O setor lácteo também apresenta expectativas positivas para 2025, com menor variação nos preços ao longo do ano. O histórico de oscilação sazonal, com altas no inverno e quedas no verão, deve se manter, mas de forma mais equilibrada.
A redução na importação de lácteos da Argentina e do Uruguai é um fator que pode contribuir para a valorização do leite nacional. Em 2023, a entrada de leite em pó e queijo importados pressionou os preços internos e prejudicou os produtores brasileiros. Com a previsão de menor volume de importação em 2025, o setor espera uma recuperação.
Apesar das boas perspectivas para os setores de suinocultura e laticínios, Zideck alerta para desafios que vão além do controle das cooperativas, como taxas de juros, aumento da carga tributária, altos custos de combustível e infraestrutura deficiente. Finalizando, ele reforça a importância da atuação conjunta para superar esses obstáculos:
"Mas a gente só consegue batalhando juntos e através das nossas instituições, que na verdade conseguem resolver mais rapidamente os problemas de fora".