Sexta, 11 de Abril de 2025
21°C 28°C
Marechal Cândido Rondon, PR
Publicidade

Copom encerra ciclo com Campos Neto: o futuro da Selic em destaque

Última reunião do atual presidente do BC ocorre em cenário de inflação persistente e alta do dólar

Por: João Livi
10/12/2024 às 08h20
Copom encerra ciclo com Campos Neto: o futuro da Selic em destaque
© Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Arquivo

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central realiza nesta semana sua última reunião sob a presidência de Roberto Campos Neto, enfrentando um contexto econômico marcado pela valorização do dólar e o aumento dos preços de alimentos. A expectativa do mercado é que a taxa básica de juros, a Selic, seja elevada em 0,75 ponto percentual, alcançando 12% ao ano.

O que está em jogo?

A reunião, que ocorre entre terça (10) e quarta-feira (11), simboliza um marco final na gestão de Campos Neto e levanta questões sobre a estratégia do Banco Central para lidar com as pressões inflacionárias. A Selic, que chegou a 13,75% ao ano em 2021 e passou por sete cortes consecutivos até maio de 2024, voltou a subir em julho, em resposta a novos desafios econômicos.

Em comunicado anterior, o Copom ressaltou que a conjuntura externa — incluindo incertezas nos Estados Unidos relacionadas à política monetária do Federal Reserve (Fed) — e questões fiscais internas do Brasil exigem atenção redobrada.

Por que a Selic importa?

A Selic é o principal instrumento de controle da inflação no Brasil. Seu aumento busca conter a demanda, encarecendo o crédito e estimulando a poupança. Essa estratégia ajuda a reduzir os preços, mas também pode desacelerar a economia. Já cortes na Selic tendem a baratear o crédito, estimulando o consumo e a produção, mas podem aumentar as pressões inflacionárias.

A taxa serve como referência para outras taxas de juros da economia, como financiamentos, empréstimos e rendimentos de aplicações financeiras.

Inflação em alta

O último boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, aponta que a inflação para 2024 subiu de 4,71% para 4,84% em apenas quatro semanas, ultrapassando o teto da meta de 3% definida pelo Conselho Monetário Nacional. Este aumento é influenciado por fatores como a recente valorização do dólar e os impactos da seca, que pressionam os preços de alimentos e insumos agrícolas.

Continua após a publicidade
Anúncio

"O cenário atual exige uma postura contracionista da política monetária, com possibilidade de aceleração no ritmo de alta dos juros", destacou o Copom na ata de sua última reunião.

O futuro da política monetária

Com a meta de inflação estabelecida em 3% para 2024 e um intervalo de tolerância entre 1,5% e 4,5%, o Banco Central busca equilíbrio em um ambiente de alta volatilidade econômica. A próxima gestão do BC terá o desafio de lidar com as expectativas do mercado, especialmente com a possibilidade de novos choques externos e internos.

O próximo Relatório de Inflação, previsto para o final de dezembro, deve trazer atualizações importantes sobre o cenário econômico e as perspectivas para 2025 e 2026.

 

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Mostrar mais comentários