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Dívida Bruta do Governo atinge marca histórica de R$ 9 trilhões

O impacto crescente do endividamento público e sua relação com o PIB

Por: João Livi Fonte: Banco Central
30/11/2024 às 10h07
Dívida Bruta do Governo atinge marca histórica de R$ 9 trilhões

Pela primeira vez na história, a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) ultrapassou a marca de R$ 9 trilhões, segundo relatório divulgado pelo Banco Central nesta sexta-feira (29). Este valor, que abrange as contas do governo federal, INSS e administrações estaduais e municipais, corresponde a 78,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil.

A análise aponta que o endividamento público cresceu R$ 1,8 trilhão desde o início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com R$ 952,6 bilhões desse montante acumulados apenas em 2024. O aumento, que representa 0,4 ponto percentual (p.p.) do PIB em relação ao mês anterior, é explicado principalmente pela incorporação de juros nominais (+0,7 p.p.), efeito da desvalorização cambial (+0,3 p.p.), resgates líquidos de dívida (-0,1 p.p.) e variação do PIB nominal (-0,5 p.p.).


Fatores que impulsionam o endividamento

No acumulado de 2024, a elevação de 4,2 p.p. na relação dívida/PIB se deve a diversos fatores:

  • Incorporação de juros nominais: Impacto de 6,3 p.p., reforçando a relevância do custo de financiamento da dívida.
  • Emissão líquida de títulos: Contribuição de 1,1 p.p., reflexo do aumento da necessidade de captação de recursos no mercado.
  • Desvalorização cambial: Adicionou 0,7 p.p., evidenciando a influência das variações do dólar na dívida pública externa.
  • Reconhecimento de passivos: 0,2 p.p. se deveu a ajustes contábeis de dívidas anteriormente não contabilizadas.
  • Crescimento do PIB nominal: Apesar do impacto negativo de -4,1 p.p., não foi suficiente para conter a escalada da dívida.

Histórico e contexto atual

Desde 2006, quando o levantamento foi iniciado, o endividamento público tem seguido uma trajetória de alta, mas os números recentes revelam um agravamento significativo. A desvalorização cambial e o elevado patamar dos juros têm exercido uma pressão considerável.

O governo enfrenta o desafio de equilibrar a necessidade de financiamento com o impacto dessa dívida sobre a economia. A marca de R$ 9 trilhões acende um alerta para o espaço fiscal disponível e reforça a importância de estratégias sustentáveis de gestão financeira.

Com a perspectiva de continuidade na alta da dívida e a manutenção de juros elevados, o cenário demanda atenção redobrada. Políticas de estímulo ao crescimento econômico e controle de gastos são vistas como essenciais para reverter o atual quadro.

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A dívida pública brasileira reflete não apenas a conjuntura doméstica, mas também os efeitos das incertezas globais, incluindo instabilidades no câmbio e oscilações nos mercados financeiros internacionais.

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