A Dívida Pública Federal (DPF) voltou a ultrapassar a marca de R$ 7 trilhões em outubro de 2024, atingindo R$ 7,073 trilhões, segundo dados divulgados pelo Tesouro Nacional. O crescimento de 1,8% em relação a setembro foi impulsionado pela emissão líquida de títulos e pela incorporação de juros elevados, reflexo da Taxa Selic, que está em 11,25% ao ano. Essa trajetória coloca o endividamento nacional dentro da faixa prevista no Plano Anual de Financiamento (PAF), revisado em outubro, que estipula um limite entre R$ 7 trilhões e R$ 7,4 trilhões para o encerramento do ano.
O principal motor do aumento da dívida foi a apropriação de juros, que adicionou R$ 64,84 bilhões ao saldo. Além disso, a emissão de R$ 42,5 bilhões em títulos, principalmente indexados à Selic, contribuiu para a expansão. Esses papéis, que atraem investidores em períodos de alta dos juros básicos, responderam por 45,91% do estoque da dívida, percentual que pode crescer ainda mais nos próximos meses.
No segmento externo, a Dívida Pública Federal externa (DPFe) cresceu 5,82%, alcançando R$ 325,22 bilhões, puxada pela valorização de 6,05% do dólar. Esse fator também elevou a participação do câmbio na composição da dívida para 4,58%, dentro do limite estipulado pelo PAF.
A busca por diversificação marcou o comportamento recente da DPF:
O prazo médio da dívida recuou de 4,18 para 4,16 anos, indicando que o Tesouro terá que renegociar compromissos em períodos mais curtos, o que pode pressionar as finanças públicas caso os juros permaneçam elevados.
Entre os principais credores da dívida interna, destacam-se:
Já os investidores estrangeiros ampliaram sua participação para 10,7%, maior nível desde 2018, mostrando confiança relativa na economia brasileira, mesmo em um contexto de instabilidade global.