Sexta, 11 de Abril de 2025
21°C 28°C
Marechal Cândido Rondon, PR
Publicidade

Brasil: dívida pública ultrapassa R$ 7 trilhões

Alta impulsionada por juros altos e demanda por títulos indexados à Selic reforça pressões sobre o Tesouro Nacional.

Por: João Livi Fonte: Agência Brasil
30/11/2024 às 07h31 Atualizada em 30/11/2024 às 07h42
Brasil: dívida pública ultrapassa R$ 7 trilhões
© José Cruz/Agência Brasil/Arquivo

A Dívida Pública Federal (DPF) voltou a ultrapassar a marca de R$ 7 trilhões em outubro de 2024, atingindo R$ 7,073 trilhões, segundo dados divulgados pelo Tesouro Nacional. O crescimento de 1,8% em relação a setembro foi impulsionado pela emissão líquida de títulos e pela incorporação de juros elevados, reflexo da Taxa Selic, que está em 11,25% ao ano. Essa trajetória coloca o endividamento nacional dentro da faixa prevista no Plano Anual de Financiamento (PAF), revisado em outubro, que estipula um limite entre R$ 7 trilhões e R$ 7,4 trilhões para o encerramento do ano.

 

Fatores

O principal motor do aumento da dívida foi a apropriação de juros, que adicionou R$ 64,84 bilhões ao saldo. Além disso, a emissão de R$ 42,5 bilhões em títulos, principalmente indexados à Selic, contribuiu para a expansão. Esses papéis, que atraem investidores em períodos de alta dos juros básicos, responderam por 45,91% do estoque da dívida, percentual que pode crescer ainda mais nos próximos meses.

No segmento externo, a Dívida Pública Federal externa (DPFe) cresceu 5,82%, alcançando R$ 325,22 bilhões, puxada pela valorização de 6,05% do dólar. Esse fator também elevou a participação do câmbio na composição da dívida para 4,58%, dentro do limite estipulado pelo PAF.

Composição 

A busca por diversificação marcou o comportamento recente da DPF:

  • Títulos prefixados: sua participação caiu de 23,01% para 22,19%, reflexo do menor apetite do mercado em períodos de incerteza econômica.
  • Títulos indexados à inflação: apresentaram leve aumento, subindo para 27,31%.
  • Colchão de liquidez: a reserva financeira do Tesouro cresceu para R$ 822 bilhões, garantindo cobertura para 6,86 meses de vencimentos, em um cenário de previsão de R$ 1,28 trilhão em vencimentos nos próximos 12 meses.

Impactos 

O prazo médio da dívida recuou de 4,18 para 4,16 anos, indicando que o Tesouro terá que renegociar compromissos em períodos mais curtos, o que pode pressionar as finanças públicas caso os juros permaneçam elevados.

Entre os principais credores da dívida interna, destacam-se:

Continua após a publicidade
Anúncio
  • Instituições financeiras (28,6%);
  • Fundos de pensão (23,7%);
  • Fundos de investimento (22,4%).

Já os investidores estrangeiros ampliaram sua participação para 10,7%, maior nível desde 2018, mostrando confiança relativa na economia brasileira, mesmo em um contexto de instabilidade global.

 

* O conteúdo de cada comentário é de responsabilidade de quem realizá-lo. Nos reservamos ao direito de reprovar ou eliminar comentários em desacordo com o propósito do site ou que contenham palavras ofensivas.
500 caracteres restantes.
Comentar
Orlando Pagnussatti Há 4 meses Marechal Cândido Rondon/PRNo turbilhão do impeachment da ex presidenta Dilma, a Faria Lima e adjacências trabalhou para tornar o Banco Central independente. A pergunta: independente para quem? Aí que se observa, independente para colocar a raposa a cuidar do galinheiro. Basta ver as decisões da elevação da taxa Selic que a cada ponto percentual de aumento eleva os juros em 40 bilhões. Aí, a tal Faria Lima (banqueiros, grandes investidores (especuladores) surrupia da União 700 bilhões em juros/ano.
Mostrar mais comentários