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Geração Z e o futuro do trabalho: rompendo paradigmas e redefinindo prioridades

Salário emocional e flexibilidade são prioridades para os jovens, que buscam sentido no trabalho e exigem um novo olhar das empresas

Por: João Livi Fonte: Isto É Dinheiro
17/11/2024 às 19h26
Geração Z e o futuro do trabalho: rompendo paradigmas e redefinindo prioridades

O estereótipo de que a geração Z é "irresponsável" ou "sem lealdade" não apenas é equivocado, como ignora as profundas mudanças que este grupo busca na relação com o trabalho. Segundo Monica Flores, CEO do ManPowerGroup na América Latina, a geração Z vê o trabalho como um meio para alcançar qualidade de vida e realização pessoal, e não como um fim em si mesmo.  

“A geração Z trabalha para viver, enquanto as gerações anteriores viviam para trabalhar. Essa mudança exige uma nova forma de diálogo entre profissionais e organizações", afirma Flores.  

O ManPowerGroup, presente em 80 países, tem sido um observador privilegiado dessas transformações. Com serviços que vão desde recrutamento até a gestão de talentos, a empresa percebe que, para atrair os melhores profissionais, as organizações precisam oferecer mais do que um salário competitivo: elas precisam investir em salário emocional.  

 

O que é o salário emocional?  

O salário emocional representa um conjunto de benefícios intangíveis que ampliam a satisfação do colaborador no ambiente de trabalho. Esses fatores incluem reconhecimento, flexibilidade, oportunidades de aprendizado e um propósito alinhado aos valores individuais.  

Flores destaca que essa relação é agora mais colaborativa: “Hoje, eu ofereço meu talento, mas espero algo além de dinheiro. Quero flexibilidade, líderes inspiradores e uma conexão entre meu propósito pessoal e o da organização".  

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Essa nova mentalidade reflete o que a CEO chama de uma “relação ganha-ganha”, em que tanto a empresa quanto o colaborador têm suas necessidades atendidas de maneira mais ampla.  

 

As empresas também estão mudando  

Com as rápidas transformações do mercado, as empresas já começam a buscar mais do que diplomas acadêmicos. Competências como criatividade, comunicação, colaboração e liderança são cada vez mais valorizadas.  

“Não se trata de desvalorizar o ensino superior, mas o peso dado às habilidades interpessoais e à capacidade de adaptação nunca foi tão importante", afirma Flores.  

Ela também aponta que o mercado de trabalho enfrenta uma crise de talentos, exacerbada pela falta de formação adequada para atender às demandas contemporâneas. No Brasil, áreas como tecnologia da informação, análise de dados, vendas e atendimento ao cliente enfrentam um déficit significativo de profissionais qualificados.  

 

Educação: o desafio do século 21  

Para Monica Flores, o maior obstáculo está nos sistemas educacionais desatualizados, que não acompanham as mudanças tecnológicas e as exigências do mercado. A solução passa por uma reformulação profunda, que envolva não apenas governos, mas também empresas e famílias.  

“Estamos falando de sistemas de ensino que foram concebidos no século 20 para atender a uma realidade que não existe mais. Precisamos preparar os jovens para profissões que ainda nem foram criadas", defende Flores.  

Além de competências técnicas, habilidades como pensamento crítico, inovação e liderança devem ser o foco da formação dos profissionais do futuro.  

 

Oportunidade para empresas inovadoras  

Ao se adaptar às expectativas da geração Z, as empresas têm uma oportunidade única de se posicionar como líderes no mercado de trabalho. Propostas como flexibilidade, desenvolvimento contínuo e propósito claro podem transformar as organizações em imãs para os melhores talentos.  

“A marca empregadora nunca foi tão importante. As empresas estão competindo não apenas por clientes, mas também pelos profissionais mais capacitados”, reforça Flores.  

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