Com o tema “É hora de priorizar a saúde mental no local de trabalho”, neste ano, o Dia Mundial da Saúde Mental (10 de outubro) tem o objetivo de conscientizar a população que um cenário equilibrado, seguro e saudável pode atuar como fator de proteção. A Secretaria da Saúde do Paraná (Sesa) alerta para o cuidado e orienta os paranaenses sobre como podem procurar auxílio.
A importância de ambientes de trabalho seguros e saudáveis é o foco do Dia Mundial da Saúde Mental, 10 de outubro. O tema “É hora de priorizar a saúde mental no local de trabalho” busca conscientizar a população e ressalta que um cenário equilibrado pode atuar como fator de proteção. A Secretaria da Saúde do Paraná (Sesa) alerta para o cuidado e orienta os paranaenses sobre como podem procurar auxílio.
“Alertar os trabalhadores sobre ferramentas de apoio e onde podem encontrar ajuda dentro ou fora do ambiente de trabalho é de suma importância, tanto para a prevenção, como para a identificação precoce e reabilitação”, afirma a coordenadora da Divisão de Saúde Mental da Sesa, Suelen Gonçalo. “A saúde mental no ambiente de trabalho envolve muito mais do que simplesmente não ter doenças. É necessário reduzir os fatores de risco relacionados ao trabalho, desenvolvendo aspectos positivos, e entender as oportunidades e necessidades dos trabalhadores”, ressalta ela.
No Paraná, a atenção aos trabalhadores em relação a estes transtornos está disposta nos serviços da Linha de Cuidado em Saúde Mental, que é composta por diversos equipamentos no Estado, com atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) do Paraná. A Sesa dispõe 157 Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), em suas diferentes modalidades, seis Unidades de Acolhimento (UA), sete Serviços Integrados de Saúde Mental (SIMPR), que é a junção de um CAPS e uma UA de âmbito regional; além de 41 Equipes Multiprofissionais de Atenção Especializada em Saúde Mental, 65 leitos em Serviço Hospitalar de Referência (leitos de saúde mental em hospitais gerais) e 1.683 leitos em Hospitais Especializados em Psiquiatria.
Ainda compõem a linha de cuidado as Unidades Básicas de Saúde, a Estratégia Saúde da Família e os Consultórios na Rua, que fazem parte da Atenção Primária, prestada à população pelos municípios.
Suelen Gonçalo reforça, ainda, que as pessoas devem procurar as unidades de saúde dos municípios, que atendem o paciente e, se necessário, compartilham o cuidado com outros pontos de atenção, o que inclui os Centros de Atenção Psicossocial, ambulatórios, equipes multiprofissionais.
Problema crescente
O Dia Mundial da Saúde Mental é uma iniciativa incentivada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que alerta sobre o crescente problema, resultante de ambientes laborais que não harmonizam as exigências profissionais com o bem-estar emocional.
Condições pouco saudáveis, incluindo o estigma, a discriminação e a exposição a riscos como o assédio e outras más condições, podem representar riscos significativos, afetando a saúde mental, a qualidade de vida geral e, consequentemente, a participação ou a produtividade no trabalho.
Segundo a OMS, em 2021, os transtornos mentais foram a terceira maior causa de afastamentos do trabalho no Brasil, sendo que o país possui uma das maiores taxas de depressão na América Latina. De acordo com o Centro Estadual de Saúde do Trabalhador (Cest), da Sesa, de 2017 a 2024 houve 954 notificações no Paraná para Transtornos Mentais Relacionados ao Trabalho (TMRT). Os dados são do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (Sinan),
Já o Observatório de Saúde e Segurança do INSS registrou 3.646 casos de afastamento acidentário de transtornos mentais relacionados ao trabalho no Estado, entre 2012 e 2022. O número representa 2,38% do total de afastamentos no período.
O Cest reforça, ainda, que todos os serviços de saúde, públicos ou privados, incluindo a Atenção Primária à Saúde (APS), são responsáveis pela notificação dos agravos relacionados ao trabalho.
“A identificação da relação entre adoecimento e trabalho é fundamental para garantir a proteção à saúde dos trabalhadores e melhorar as condições laborais. Reconhecer essa relação permite a implementação de medidas preventivas e assegura o direito à saúde dos trabalhadores”, diz a coordenadora técnica e psicóloga do Cest, Aline Guedes. “A subnotificação de doenças e agravos relacionados ao trabalho é um problema recorrente, prejudicando a eficácia das ações de vigilância e o controle de riscos”, afirma
Força mundial
A Federação Mundial de Saúde Mental (World Federation for Mental Health) instituiu o Dia Mundial em 1992 para mostrar a necessidade desses cuidados, chamando atenção para o tema, que é de interesse público. Uma em cada oito pessoas mundo vive com este tipo de problema, o que pode afetar a sua saúde física, o bem-estar, a forma como se relaciona com os outros e os seus meios de subsistência.