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Milho encerra 2025 em alta e consolida protagonismo no agro paranaense

Levantamentos do Deral indicam expansão da segunda safra, recorde de área e fortalecimento da cadeia produtiva impulsionada pela proteína animal

Por: João Livi Fonte: Deral
18/12/2025 às 16h13
Milho encerra 2025 em alta e consolida protagonismo no agro paranaense
Lavoura de milho no Paraná simboliza a consolidação do cereal como uma das principais culturas do Estado, impulsionada pela demanda da cadeia de proteínas e pelo avanço da segunda safra. (Foto: Divulgação)

O encerramento de 2025 confirma um movimento consistente no campo paranaense: o milho se consolida como a cultura em maior expansão no Estado, sustentado pela forte demanda interna e pelo dinamismo das cadeias de proteínas animais. Esse cenário é o principal destaque da última Previsão Subjetiva de Safra (PSS) e do Boletim Conjuntural do ano, divulgados pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

Os levantamentos revelam um produtor cada vez mais atento ao cenário econômico e climático, adotando decisões estratégicas baseadas em eficiência produtiva, ajustes de área e leitura de mercado. A PSS de dezembro, por ser o último levantamento do ano, assume papel estratégico ao apresentar as primeiras estimativas da segunda safra 2025/2026, especialmente de milho e feijão.

Milho avança e feijão perde espaço

Os dados apontam estabilidade nas áreas da primeira safra, enquanto a segunda safra confirma a tendência de expansão do milho, acompanhada por redução na área destinada ao feijão. O Deral destaca que o cereal caminha para se firmar, nos próximos anos, como a principal cultura do Paraná em volume produzido, aproximando-se e, eventualmente, superando a soja, que permanece como base da primeira safra estadual.

A força do milho está diretamente ligada à ampliação da demanda, especialmente para a produção de ração nas cadeias de frango, suínos, bovinos e piscicultura. Além disso, o cereal se destaca pela elevada produtividade por hectare e pela ampla versatilidade de uso industrial, o que amplia suas oportunidades de mercado.

As estimativas preliminares indicam crescimento próximo de 1% na área do milho da segunda safra, que deve alcançar cerca de 2,84 milhões de hectares, configurando um novo recorde estadual. A produção está projetada em aproximadamente 17,4 milhões de toneladas, volume elevado, ainda que ligeiramente inferior ao registrado na safra excepcional anterior, de 17,63 milhões de toneladas.

O Deral ressalta que o desempenho final dependerá do andamento da colheita da soja, especialmente no Oeste do Estado, uma vez que a boa evolução dessa etapa favorece o melhor aproveitamento da janela de plantio do milho.

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Soja e mandioca mantêm relevância

Mesmo diante de desafios climáticos pontuais e de ciclos mais longos em algumas regiões, a soja mantém expectativa de boa produtividade na maior parte do Paraná. Já o milho da primeira safra apresenta desempenho promissor, beneficiado por seu ciclo mais extenso e maior resiliência às variações climáticas.

Outro destaque é a mandioca, cultura em que o Paraná lidera a produção nacional voltada à indústria. Apesar de um período mais seco ter dificultado a colheita e levado ao ajuste da área efetivamente colhida - com parte das lavouras mantida para dois ciclos -, os preços permaneceram relativamente equilibrados, contribuindo para a estabilidade do mercado.

Cadeias agropecuárias mostram resiliência

O último Boletim Conjuntural de 2025 reforça um cenário de ajustes e oportunidades nas principais cadeias agropecuárias do Estado:

  • Milho: consolidação de área recorde na segunda safra, mesmo com custos de produção mais elevados, exigindo planejamento e eficiência.

  • Feijão: potencial produtivo estimado em 745 mil toneladas no ciclo 2025/26, com redução de área como estratégia de equilíbrio econômico.

  • Suínos: crescimento recorde no terceiro trimestre de 2025, com aumento do abate e das exportações, reforçando a liderança nacional do Paraná.

  • Leite: mudanças regulatórias recentes ampliaram a previsibilidade e fortaleceram o ambiente institucional para o produtor.

  • Frango: liderança nacional mantida, com mercado interno absorvendo volumes crescentes e projeção de expansão moderada.

  • Ovos: exportações em forte crescimento em volume e receita, com diversificação de mercados.

  • Perus: aumento da receita e da participação paranaense nas exportações, impulsionado pela valorização internacional.

  • Mel: apesar de desafios no mercado externo, especialmente nos Estados Unidos, a valorização dos preços garantiu crescimento da receita.

Perspectivas positivas para o campo

O conjunto dos dados confirma que o agro paranaense encerra 2025 com resiliência, capacidade de adaptação e foco estratégico, especialmente com o milho assumindo papel central na organização produtiva do Estado. A tendência é de fortalecimento contínuo das cadeias integradas, com impacto direto na economia regional, na geração de renda e na competitividade do Paraná no cenário nacional e internacional.

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