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Agro paranaense deve superar R$ 200 bilhões em 2025 e alcançar um dos maiores desempenhos da história

Safra recorde de grãos, avanço da pecuária e expansão de cadeias como tilápia, suínos e frango impulsionam o VBP do Estado, que deve ultrapassar a marca inédita

Por: João Livi Fonte: Deral
11/12/2025 às 15h56
Agro paranaense deve superar R$ 200 bilhões em 2025 e alcançar um dos maiores desempenhos da história
Safra recorde e avanço da pecuária devem elevar o VBP do Paraná para mais de R$ 200 bilhões em 2025.

O campo paranaense caminha para encerrar 2025 com um dos maiores resultados já registrados. Segundo o Boletim Conjuntural do Departamento de Economia Rural (Deral), a combinação da safra excepcional de grãos com o crescimento robusto da pecuária deve elevar o Valor Bruto da Produção (VBP) do Estado para acima de R$ 200 bilhões. Em 2024, o VBP ficou em R$ 188,4 milhões, evidenciando um salto expressivo da força econômica do agro.

A economista do Deral, Larissa Nahirny, explica que o indicador sintetiza o faturamento total da agropecuária, englobando lavouras, pecuária e demais cadeias produtivas. Segundo ela, os números consolidados devem ser divulgados no próximo semestre, mas as projeções apontam para um recorde histórico.

Safra recorde impulsiona agricultura e adiciona R$ 10 bilhões ao VBP

A agricultura é o principal motor da alta. A soja e o milho segunda safra apresentam forte recuperação de volume, aliada a preços estáveis. Somadas, essas cadeias devem ultrapassar R$ 81 bilhões, adicionando cerca de R$ 10 bilhões ao VBP estadual.

O Paraná segue como um dos maiores produtores nacionais, com estimativas positivas para a colheita — mesmo diante do clima irregular que afetou parte das lavouras.

Pecuária cresce mais de 10% e amplia participação no VBP

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A pecuária também puxa o avanço geral. Frangos, bovinos, suínos, leite e ovos devem gerar aproximadamente R$ 66 bilhões, um crescimento superior a 10% em relação ao ano anterior. A abertura de novos mercados, como o ingresso da carne suína paranaense no Chile, fortalece ainda mais o desempenho.

Tilápia cresce acima da média e já representa 4% das proteínas animais

A piscicultura paranaense mantém ritmo acelerado. O VBP da atividade chegou a R$ 2,29 bilhões em 2024, avanço de 10,4%. A tilápia responde por mais de 80% desse valor e vem ganhando participação entre as proteínas animais, saltando de 1% do VBP em 2011 para 4% em 2024. Nos últimos 14 anos, sua expansão média foi de 24% ao ano, superando bovinos, suínos e frangos.

Mercado de suínos aquecido e novas exportações ao Chile

Em novembro de 2025, o Chile comprou 346,2 toneladas de carne suína produzida no Paraná, refletindo o reconhecimento do Estado como área livre de febre aftosa sem vacinação. Para 2026, as projeções indicam expansão dessa parceria comercial.

Bovinos mantêm preços firmes com oferta menor no mercado interno

A oferta de carne bovina recuou 5% em novembro, puxada pelas exportações. A arroba segue em torno de R$ 322,50, enquanto os cortes de dianteiro e traseiro no atacado paranaense subiram 2,7% e 7,5%, respectivamente. As festas de fim de ano tendem a manter o preço em alta.

Paraná lidera produção nacional de frango

O Brasil abateu 4,975 bilhões de frangos nos três primeiros trimestres de 2025, crescimento de 2,2%. O Paraná se manteve líder absoluto, com 1,711 bilhão de aves abatidas e 3,707 milhões de toneladas de carne, respondendo por 34% dos abates e quase 35% da produção nacional.

Produção de ovos avança e Estado lidera ovos para incubação

Entre janeiro e setembro, o país produziu 3,045 bilhões de dúzias de ovos, avanço de 6,9%. O Paraná ficou em oitavo lugar na produção comercial, com 154 milhões de dúzias, enquanto segue líder absoluto na produção de ovos para incubação, com 31,3% do total nacional.

Soja e feijão exigem atenção, mas projeções seguem positivas

A soja ocupa 5,77 milhões de hectares, com 88% das lavouras em boas condições. O clima adverso de novembro atrasou o desenvolvimento das plantas e pode impactar o calendário do milho safrinha em 2026, mas o potencial produtivo segue favorável.

O feijão, por outro lado, enfrenta um início de colheita abaixo do esperado, com apenas 1% retirado e produtividade menor. O VBP do feijão caiu para R$ 2,2 bilhões, quase R$ 900 milhões abaixo do ano anterior.

 

 

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