
Uma virada de última hora no governo federal suspendeu, nesta quinta-feira, a decisão que colocaria fim ao cultivo de tilápia no Brasil, interrompendo um movimento que vinha gerando apreensão em toda a cadeia produtiva. A medida, que até então havia sido sinalizada como definitiva, caiu após forte pressão de produtores, cooperativas, especialistas e estados dependentes da atividade.
Impacto nacional e risco econômico imediato
A possível eliminação da tilapicultura, considerada a espinha dorsal da piscicultura brasileira, vinha sendo classificada por entidades do setor como uma bomba-relógio econômica. A tilápia responde pela maior fatia de produção de peixes de cultivo no país e sustenta milhares de famílias, além de movimentar indústrias de ração, frigoríficos, logística e exportações.
A decisão suspensa hoje evitaria um colapso imediato em polos produtivos, especialmente no Sul e no Nordeste, onde propriedades rurais inteiras dependem da atividade. Nos bastidores, técnicos alertavam que a interrupção brusca poderia desencadear desabastecimento, desemprego e perda de competitividade internacional.
Mobilização pesada forçou mudança
Desde que a proposta de eliminação ganhou força, uma onda nacional de manifestações e posicionamentos técnicos se formou para tentar derrubar a medida. Cooperativas, federações de pescadores, parlamentares e especialistas em sustentabilidade pressionaram o governo ao demonstrar que não havia embasamento suficiente para encerrar uma atividade amplamente regularizada e considerada segura para o meio ambiente quando fiscalizada adequadamente.
O volume de questionamentos e as implicações socioeconômicas acabaram pesando, levando o governo a recuar antes que a decisão fosse oficializada em caráter permanente.
Próximos passos e expectativa do setor
Com a suspensão, o governo deve reabrir o debate para revisar normas e critérios de produção. Produtores aguardam clareza, pois o temor de novas restrições continua no radar. A expectativa é de que, desta vez, representantes da cadeia produtiva sejam incluídos na mesa de discussão para evitar rupturas bruscas e manter o avanço tecnológico e sustentável que o setor afirma ter conquistado.