
O agronegócio paranaense acaba de ganhar um novo capítulo em sua história de inovação. Foi lançado oficialmente nesta sexta-feira (24), na sede do Sicredi Vale do Piquiri, em Palotina, o Food Valley Paraná, uma iniciativa que une a Universidade Federal do Paraná (UFPR) e o Sistema Ocepar, com apoio de grandes cooperativas agroindustriais do Oeste do Estado. O projeto nasce com o propósito de consolidar a região como um dos principais polos de tecnologia e inteligência agroindustrial do país, aliando ciência de ponta e sustentabilidade.
A cerimônia contou com a presença de lideranças acadêmicas, cooperativistas e do setor financeiro. Compuseram a mesa o reitor da UFPR, Marcos Sunye, o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, o presidente da C.Vale, Alfredo Lang, o presidente do Sicredi Vale do Piquiri, Jaime Basso, e o diretor de Desenvolvimento e Integração dos Campi da UFPR, professor Carlos Eduardo Zacarkim, um dos idealizadores do projeto. Durante o evento, Luis de Bona, pró-reitor de Planejamento e Dados da UFPR, apresentou a proposta técnica do Food Valley Paraná.
O reitor Marcos Sunye destacou que o projeto representa uma nova era na relação entre universidade e setor produtivo. Segundo ele, a UFPR busca colocar seu potencial científico a serviço dos desafios reais do campo, com laboratórios de última geração e equipes capacitadas. “Nosso objetivo é unir o conhecimento acadêmico à força produtiva regional e transformar pesquisa em soluções práticas para o agronegócio”, afirmou.
O Centro de Computação Científica e Software Livre (C3SL) da UFPR será o executor da parceria, aplicando sua experiência em tecnologia e dados ao desenvolvimento de soluções para o setor agroindustrial. O coordenador Marcos Castilho ressaltou que a missão do C3SL é criar ferramentas que fortaleçam a soberania tecnológica e gerem impactos diretos na sociedade. “No Oeste do Paraná, isso passa necessariamente pela produção cooperada de alimentos”, destacou.
Para José Roberto Ricken, presidente do Sistema Ocepar, o Food Valley é uma conquista que reflete o amadurecimento do cooperativismo paranaense. Ele lembrou que as cooperativas são responsáveis por cerca de dois terços da produção de grãos e metade da proteína animal do Estado, e que a união com a UFPR é o caminho para agregar valor com base científica. “Estamos diante de uma oportunidade histórica. A universidade está mais próxima, aberta ao diálogo e comprometida em transformar conhecimento em competitividade e sustentabilidade”, afirmou Ricken, com entusiasmo.
O evento foi sediado pelo Sicredi Vale do Piquiri, cuja estrutura em Palotina simboliza o avanço do cooperativismo aliado à inovação. O presidente Jaime Basso comemorou a parceria e destacou que a iniciativa reforça a vocação da região para o trabalho coletivo. “Quando reunimos toda essa inteligência e atuamos juntos, o resultado é desenvolvimento para todos. O Food Valley vai gerar prosperidade e qualidade de vida para nossas comunidades”, disse.
Durante o evento, foi assinado o Memorando de Entendimento entre a UFPR e o Sistema Ocepar, formalizando a criação do hub. O Food Valley Paraná será um espaço de inovação aberta, dedicado à pesquisa aplicada, biotecnologia, economia de dados e sustentabilidade. Coordenado pelo professor Carlos Zacarkim, o projeto reunirá docentes, técnicos e estudantes em colaboração direta com cooperativas regionais.
Com sede em Palotina, o hub já nasce como símbolo da força coletiva que caracteriza o Oeste paranaense. Ao conectar ciência, tecnologia e cooperativismo, o Food Valley Paraná promete transformar o Estado em uma referência nacional em inovação agroindustrial, impulsionando a economia e fortalecendo o papel do Paraná como protagonista no agronegócio sustentável.