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Itaipu lança o primeiro barco 100% movido a hidrogênio verde do Brasil

Embarcação inédita movida a hidrogênio verde faz testes no Lago de Itaipu e será apresentada na COP30

Por: João Livi Fonte: Itaipu Parquetec
08/10/2025 às 13h35
Itaipu lança o primeiro barco 100% movido a hidrogênio verde do Brasil
Itaipu Binacional e Itaipu Parquetec apresentam o primeiro barco brasileiro movido 100% a hidrogênio verde - símbolo da inovação e da transição energética sustentável. (Foto: William Brisida/Itaipu Binacional)

A Itaipu Binacional e o Itaipu Parquetec apresentaram nesta terça-feira (7) o primeiro barco 100% movido a hidrogênio verde do Brasil, um marco para a inovação e a sustentabilidade no país. A embarcação realizou sua primeira navegação no reservatório da Itaipu, ao lado da barragem, acompanhada por jornalistas e colaboradores das duas instituições.

O projeto integra as ações de transição energética e inovação ambiental desenvolvidas pela Itaipu, e será apresentado oficialmente durante a COP30, a Conferência Mundial do Clima da ONU, que acontecerá em Belém (PA) em 2026.

Símbolo da inovação e da responsabilidade socioambiental

Segundo o diretor-geral brasileiro da Itaipu Binacional, Enio Verri, a iniciativa representa a convergência entre dois pilares históricos da empresa: a inovação tecnológica e a responsabilidade socioambiental.

“A inovação tecnológica é uma grande marca de Itaipu nos seus mais de 50 anos. E, com esse barco, temos algo que o mundo inteiro está buscando: um meio de transporte que não polui e que, em Belém, vai ajudar os trabalhadores e trabalhadoras que atuam com material reciclável”, destacou Verri.

O projeto é parte dos investimentos do Governo Federal voltados à organização da COP30, reforçando a participação ativa da Itaipu na agenda climática global.

Tecnologia a serviço da transição energética

De acordo com o diretor de Coordenação da Itaipu, Carlos Carboni, o barco representa uma resposta concreta aos desafios da descarbonização.

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“Este projeto demonstra a capacidade da Itaipu de contribuir com novas tecnologias para o enfrentamento da mudança climática, especialmente no que diz respeito à transição energética, necessária para frear as emissões de gases de efeito estufa”, explicou.

O hidrogênio verde, combustível produzido a partir de fontes renováveis, vem sendo desenvolvido há mais de uma década no Itaipu Parquetec, que lidera pesquisas sobre sua aplicação em transportes e sistemas energéticos sustentáveis.

Uso social e científico em Belém

Após a COP30, a embarcação ficará sob responsabilidade da Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp), vinculada à Universidade Federal do Pará (UFPA). O barco será utilizado na coleta seletiva da capital paraense, apoiando quatro cooperativas de catadores, e também servirá como plataforma de pesquisa e monitoramento do uso do hidrogênio verde.

A iniciativa integra o convênio firmado entre Itaipu, a Prefeitura de Belém e a UFPA, que também prevê ações de educação ambiental e o fortalecimento da infraestrutura de coleta seletiva na cidade.

Barco sustentável com tecnologia brasileira

Construído em alumínio, o barco possui 9,5 metros de comprimento, 3 metros de largura, 1,5 tonelada de peso e capacidade de carga de até 9 toneladas. O sistema de propulsão é totalmente movido a hidrogênio verde, complementado por painéis fotovoltaicos integrados.

Silencioso e não poluente, o barco não emite gases nem ruídos, e seu único resíduo é água pura — resultado da reação do hidrogênio com o oxigênio no processo de geração de energia.

Para o diretor-superintendente do Itaipu Parquetec, Irineu Colombo, o projeto simboliza o papel da instituição como ecossistema de inovação aplicada à sustentabilidade.

“É uma tecnologia que alguns países já estão desenvolvendo, e nós temos condições de ajudar o Brasil a acelerar seu uso em barcos, caminhões, ônibus e até aviões”, afirmou Colombo.

O diretor de Tecnologias do Parquetec, Alexandre Leite, também destacou o potencial turístico e econômico do uso de embarcações movidas a hidrogênio.

“Mesmo na região do reservatório da Itaipu há espaço para expandir o uso desse tipo de transporte em atividades de lazer, pesca e turismo sustentável”, exemplificou.

 

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