Uma das visitas mais marcantes realizadas por nós na Terra Santa, foi poder ter acessado o parque nacional de Timna, ancorado no deserto do Neguev. O lugar fica aproximadamente 30 quilômetros da cidade de Eilat, extremo sul de Israel, e é visitado por pessoas procedentes de várias partes do mundo.
O parque é considerado região de alto valor arqueológico e acredita-se que em algum lugar naquelas paragens os Israelitas teriam ficado acampados em torno da Tenda da Revelação, ou o Tabernáculo, espécie de templo móvel que antecedeu o primeiro Templo de Jerusalém edificado à época de Salomão.
As normas de construção e uso da Tenda foram reveladas a Moisés quando juntamente com o povo se encontrava ainda na região do monte Sinai. Detalhes sobre a construção, materiais utilizados e a responsabilidade de cada uma das 12 tribos com relação a Tenda, podem ser acessados nos livros de Êxodo, Levítico e Números. No entanto, existem diversas outras passagens bíblicas que fazem referência ao “protótipo” daquilo que seria mais tarde o Templo de Jerusalém.
A réplica do Tabernáculo encontrada em Timna foi uma iniciativa de uma comunidade cristã dos Estados Unidos e visa difundir princípios espirituais relacionados ao assunto. O local escolhido dá uma impressão real do que poderia ter sido aquele lugar nos tempos de Moisés e Josué.
Entre os materiais utilizados para edificação original do Tabernáculo, se destacam a madeira de acácia, ouro, prata, cobre e linho. A Arca da Aliança, por exemplo, que ficava no lugar Santíssimo da Tenda, era totalmente feita de acácia e revestida em ouro.
Visitar o Tabernáculo, ainda que em forma de réplica pode ser considerado um bom começo de uma peregrinação à Terra Santa, evidentemente, sempre quando as coisas estiverem calmas por lá. De qualquer forma, existem lições que se podem tirar ao visitar uma tenda como esta.
A tenda costuma nos dar a imagem do provisório, do temporário, situação que naquele momento apontava de imediato para a nossa condição de passagem por aquele lugar. A temporalidade indicada pela Tenda carrega um sentido transcendental, na medida que aponta para a nossa fugaz existência neste frágil planeta.
Tarcísio Vanderlinde[i]