Na manhã desta segunda-feira (25), lideranças políticas e representantes de entidades locais participaram de uma visita técnica à cadeia pública de Marechal Cândido Rondon, a convite do Departamento de Polícia Penal do Paraná (Depen-PR). O objetivo foi conhecer de perto a realidade estrutural e administrativa do estabelecimento, que enfrenta superlotação e limitações para atividades de reabilitação.
Integraram o grupo os vereadores Welyngton Alves da Rosa (Coronel Welyngton), Fernando Nègre e Cristiano Metzner (Suko); a secretária municipal de Saúde e vereadora licenciada, Marciane Specht; o secretário de Coordenação e Planejamento, Anderson Bento Maria; e o secretário de Mobilidade, Carlton Hening, que também preside o Conselho Comunitário de Segurança (Conseg).
Também participou da agenda o presidente do Conselho da Comunidade, Itamar Dall’Agnol, reforçando a representatividade das instituições municipais no debate sobre a situação atual da unidade prisional e as propostas para a construção de um novo presídio em Marechal Rondon.
Atualmente, a unidade possui cerca de 90 presos em um espaço projetado para 53, a maioria já cumprindo pena. Apesar de reformas recentes, o prédio não comporta programas de educação ou de reinserção social. Segundo o coordenador da 8ª Regional do Depen-PR, Thiago Correia, a situação é considerada “extremamente perigosa”.
A visita ocorre em meio ao debate sobre a instalação de um novo presídio no Contorno Oeste, com investimento estimado em R$ 70 milhões. A área pertence ao município e depende de aprovação da Câmara de Vereadores para ser cedida ao Governo do Estado, responsável pela obra e pela gestão.
O projeto integra o plano estadual de ampliar o sistema prisional com a construção de seis novas unidades. No caso de Marechal Rondon, a estrutura seguirá o modelo implantado em Guaíra, com capacidade para 752 presos. Além do fortalecimento da Polícia Penal, a presença de uma unidade desse porte exige maior efetivo da Polícia Civil, Militar e demais órgãos de segurança.
O plano estadual dá ênfase à ressocialização. A proposta é implantar o modelo de industrialização dos presídios, em que presos selecionados trabalham em indústrias durante o dia, recebem remuneração próxima a um salário mínimo e têm direito à redução de pena.
Em Guaíra, a prefeitura está construindo 36 barracões industriais para abrigar empresas que contratarão detentos. Em Cascavel, a Penitenciária Industrial Marcelo Pinheiro já mantém convênios com 20 empresas e conta com mais de 400 apenados em atividades laborais. A intenção é que Marechal Rondon também adote esse formato, especialmente pela proximidade com a área destinada ao Parque Industrial 4.
O coordenador regional do Depen-PR buscou responder a preocupações levantadas pela população. Ele afirmou que a instalação do presídio não deve aumentar a criminalidade local: “O criminoso não quer estar onde há polícia”. Também classificou como mito a ideia de que famílias de detentos migrariam para o município, lembrando que apenas 20% dos presos da atual cadeia recebem visitas.
Correia reforçou que o debate é necessário e saudável: “Nada será imposto. Com diálogo, a comunidade compreende os benefícios de uma unidade moderna, como ocorreu em Guaíra, onde a rejeição inicial deu lugar ao reconhecimento de avanços”.