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Copagril considera venda da Indústria de Óleos para fortalecer a cooperativa

Dois grupos já demonstraram interesse na compra desta planta industrial

22/08/2024 às 16h49 Atualizada em 23/08/2024 às 10h48
Por: João Livi
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A grande maioria dos associados aprovou a indicação de venda da indústria de óleos. Fotos: João Livi
A grande maioria dos associados aprovou a indicação de venda da indústria de óleos. Fotos: João Livi

Durante a Assembleia Geral Extraordinária realizada na tarde desta quinta-feira (22/08), a diretoria da Copagril apresentou a proposta para a venda de sua indústria de óleos. A decisão, que visa fortalecer a cooperativa e garantir sua sustentabilidade futura, foi amplamente debatida entre os conselheiros de administração, fiscal e consultivo e os associados presentes.

No início da assembleia, Eloi Podkova, diretor presidente, explicou que a Copagril está constantemente buscando formas de inovar e se adaptar às demandas do mercado. "Temos a obrigação de trazer para nossos cooperados aquilo que realmente faz sentido para a companhia. Estamos em um momento de reflexão e de planejamento estratégico, onde precisamos tomar decisões que garantam a virada necessária para assegurar o futuro da Copagril", afirmou o diretor presidente.

Eloi Podkova, diretor presidente da Copagril, defendendo a indicação de venda da indústria de óleo na Assembleia Geral Extraordinária.

 

Novos rumos

A contratação do CEO Daniel Engels Rodrigues, um especialista com vasta experiência no mercado, foi uma das primeiras iniciativas nessa nova fase da cooperativa. Segundo Eloi, Daniel foi trazido para somar novas ideias e sugestões, além de explorar mercados ainda não atingidos pela Copagril. "Precisamos de criatividade e coragem para tomar ações agora, que gerarão resultados no futuro. E isso começa com a colaboração e o diálogo com todos os envolvidos na cooperativa", destacou.

O presidente também lembrou que, no ano passado, a Copagril apresentou a proposta de utilizar parte das cotas da Frimesa para melhorar a inserção de suínos no mercado, mas a situação econômica não permitiu avanços significativos. Apesar disso, a ideia não foi abandonada e pode ser retomada a qualquer momento.

Podkova enfatizou que, para garantir um futuro próspero, a Copagril precisa tomar decisões estratégicas que vão além do crescimento linear. "Precisamos de um novo caminho que nos ofereça boas condições, tanto para a cooperativa quanto para nossos cooperados", concluiu.

A venda da indústria de óleos é uma das alternativas em discussão, mas, como destacou Eloi, a decisão será tomada de forma equilibrada e tranquila, sempre com o objetivo de fortalecer a Copagril e assegurar um futuro sólido para todos os seus associados.

 

Compreendendo os desafios e planejando o futuro

O CEO Daniel Rodrigues manifestou-se em seguida. Ele explicou que o patrimônio líquido da Copagril foi impactado pela necessidade de utilizar reservas para melhorar os resultados apresentados nos últimos anos. Além disso, Daniel detalhou o desempenho de diferentes setores da cooperativa nos últimos quatro anos.

A fim de auxiliar na reestruturação, a Copagril contratou a consultoria do Rabobank, uma instituição financeira especializada em agronegócio. "Eles estão nos ajudando a entender nossa situação atual e a traçar um plano para o futuro”, explicou Daniel. A consultoria está avaliando todos os negócios da cooperativa com base em critérios como a necessidade de capital de giro, alinhamento com os interesses dos associados e a necessidade de altos investimentos.

Daniel concluiu enfatizando que, diante dos desafios enfrentados, a Copagril precisa tomar decisões estratégicas para garantir a viabilidade e sustentabilidade de seus negócios. "Precisamos garantir que estamos tomando as decisões certas para a cooperativa e para os nossos associados”, finalizou.

O CEO da Copagril, Daniel Rodrigues, falou das finanças da Copagril.

 

Transparência e replanejamento 

José Roberto Ricken, presidente da Ocepar, participou da assembleia da Copagril, onde ressaltou a importância da transparência e do replanejamento estratégico para o sucesso contínuo da cooperativa.

Ricken iniciou sua fala expressando gratidão a Eloi Darci Podkova, diretor presidente da Copagril, por sua contribuição na diretoria da Ocepar. "Quero saudar o Eloi e agradecer pela sua participação na diretoria da Ocepar. Ele desempenha um papel crucial na manutenção da transparência e na visão que temos da Copagril. Essa experiência também permite que ele acompanhe o desenvolvimento de outras cooperativas, o que será valioso para os demais diretores, que estão assumindo papéis importantes”.

Ao refletir sobre a trajetória da Copagril, que completou 54 anos, Ricken destacou: "A Copagril é uma cooperativa de grande porte. Ninguém chega aos 54 anos sem que seja necessário e sem o interesse dos cooperados. Consideramos a Copagril uma cooperativa importante que, neste momento, precisa reavaliar alguns projetos para garantir que continue atendendo às necessidades dos seus cooperados. Temos mantido total transparência com a Copagril, acompanhando-a de perto desde 1991”.

José Roberto Ricken, presidente da Ocepar, ressaltou da importância da Copagril e decisão a ser tomada.

Ele reconheceu que, apesar dos desafios enfrentados, a Copagril sempre manteve uma trajetória positiva. "Nos últimos anos, como o Daniel mencionou com clareza, tivemos um crescimento significativo, mas também enfrentamos desafios, especialmente em garantir recursos suficientes para manter as atividades. Isso não é exclusivo da Copagril, mas afeta mais aqueles que têm maior dependência de financiamento sistêmico. É essencial enfrentar essas questões antes que se tornem insustentáveis”.

Ricken também apoiou a decisão de trazer o Rabobank para uma avaliação externa e a escolha de um profissional de mercado para coordenar as operações da Copagril. "A indicação do Rabobank foi positiva; eles têm um histórico comprovado com outras cooperativas. Também apoiamos a decisão de trazer um profissional experiente para liderar a Copagril. Após um processo de seleção criterioso, Daniel foi escolhido, e foi uma decisão acertada. Agora é o momento de replanejar e reorientar os negócios para garantir sua viabilidade”.

Ele concluiu enfatizando a necessidade de monitoramento contínuo e ajustes internos. "Essa é uma oportunidade para reavaliar e ajustar a equipe, mas essas mudanças devem ser feitas gradualmente para evitar desestabilizações. É crucial estudar a fundo o processo de gestão, manter as atividades essenciais para os cooperados e continuar com total transparência. Sem uma cooperativa, onde estaríamos todos nós? No geral, acredito que os passos tomados estão bem direcionados e oferecem uma oportunidade para renegociar com alguns credores”.



Apoio dos conselhos

Vilmar Fülber, conselheiro de administração, foi um dos que reforçou a decisão pela venda: “Discutimos e chegamos a um consenso no conselho de que a venda é o melhor caminho. Na época em que a indústria foi comprada, ela fouma boa oportunidade. Agora, com a mudança no consumo de farelo após a gestão avícola ser transferida para outra cooperativa, a necessidade da indústria diminuiu. A venda agora, por um valor consideravelmente superior ao que foi investido, parece ser a decisão correta".

Integrante do Conselho de Administração, Vilmar Fülber, disse que o tema foi tratado em reunião do Conselho de Administração e aprovado por consenso.

Pedro Becker, membro do conselho fiscal, enfatizou a importância de tomar decisões antes que a situação se torne irreversível. “Às vezes, o produtor precisa se desfazer da propriedade para evitar prejuízos maiores. Se hoje estamos vendendo o parque industrial, é para diminuir a nossa dívida e garantir uma rentabilidade melhor para a cooperativa", afirmou.

 

Transparência

O diretor presidente, Eloi Podkova, ressaltou que a  transparência sempre foi e sempre será um dos pilares da atual diretoria. “Estamos aqui para ouvir, para debater, e para encontrar o melhor caminho juntos. Como foi mencionado, o compromisso é claro: todo o montante arrecadado com essa venda será utilizado para abater a dívida, e não para outros fins. Sabemos da importância desse passo e estamos confiantes de que, com o apoio de todos, conseguiremos transformar esse desafio em uma grande oportunidade para a nossa cooperativa”, afirmou.

Após as manifestações a proposta de venda da indústria de óleos foi colocada em votação sendo aprovada pela grande maioria dos associados presentes.

Segundo o diretor presidente, hoje existem dois grupos interessados na compra da planta da indústria de óleos. Mas todo o movimento de venda começa a ser feito agora, podendo acontecer já daqui alguns dias.

 

 

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