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Vidros que transformam paisagens: como a Alumiglass molda a arquitetura moderna e impulsiona a indústria rondonense

Com raízes firmes e olhar no futuro, empresa se destaca no setor metal-mecânico com soluções inovadoras em esquadrias e fachadas de vidro. Para Osnir Comin, diretor da Alumiglass, investir em tecnologia e na qualificação da mão de obra jovem é essencial para acompanhar o avanço do município.

Por: João Livi
05/08/2025 às 09h19 Atualizada em 05/08/2025 às 10h01
Vidros que transformam paisagens: como a Alumiglass molda a arquitetura moderna e impulsiona a indústria rondonense
Osnir Comin, da Alumiglass. (Foto: João Livi)

Fundada em agosto de 1998, a Alumiglass nasceu no Parque Industrial III, em Marechal Cândido Rondon, com o propósito de oferecer soluções em alumínio, metais e vidros. Comandada pelo empresário Osnir Comin, a empresa se consolidou ao longo dos anos como referência na produção de esquadrias de alumínio, fachadas envidraçadas e fornecimento de vidros temperados, atendendo a demandas comerciais, residenciais e prediais.

Inicialmente voltada à fabricação básica de portas e janelas, a Alumiglass evoluiu junto com o mercado e passou a integrar soluções mais complexas, como fachadas em “pele de vidro” – também conhecidas como structural glazing, ou fachadas estruturais Glaser. Essa tecnologia, já consolidada em grandes centros urbanos, começou a ganhar espaço em cidades do interior paranaense graças a iniciativas como a de Osnir, que apostou na inovação arquitetônica como diferencial competitivo.

“Hoje, você vê a diferença de uma casa construída nos anos 2000 para as atuais. A arquitetura mudou muito, está mais moderna, com mais vidro, o que transmite a sensação de amplitude. Isso tudo reflete o avanço da indústria e a aceitação do novo”, explica Osnir. Segundo ele, essa evolução é visível também nas obras comerciais e institucionais da cidade. Um exemplo recente é a sede administrativa da Sicredi e a nova estrutura da Sor, obras que contaram com a expertise da Alumiglass e soluções em vidro de alta performance, incluindo proteção solar e acústica.

Do interior para o mundo: inovação como ferramenta de crescimento

A transformação da Alumiglass não ocorreu por acaso. Foi o resultado de uma visão estratégica de mercado aliada à observação constante das tendências globais. “A gente viajava, visitava feiras em São Paulo, fazia contatos em outras regiões. Percebemos que o vidro estava deixando de ser apenas um complemento e passava a ser protagonista nos projetos arquitetônicos”, afirma Osnir. “Hoje o vidro pode ser comum, acústico, refletivo, com proteção solar. Não é apenas estética, é funcionalidade, conforto e eficiência energética".

Com o setor vidreiro cada vez mais conectado ao mercado internacional – com insumos, tecnologias e maquinários vindos da China, Estados Unidos e Europa – empresas como a Alumiglass precisam estar atentas às rápidas mudanças. “A indústria brasileira do vidro já é dominada por grupos multinacionais. Isso acelera a chegada de novidades. O que antes demorava anos para chegar ao interior agora está vindo com força, e temos que acompanhar".

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Essa pressão por atualização exige investimentos constantes em equipamentos e, sobretudo, em capital humano. Para Osnir, o maior desafio do setor hoje é a formação e retenção de mão de obra jovem. “É um setor que paga bem, oferece crescimento profissional, mas exige persistência. O jovem precisa entender que, para se especializar, leva tempo. Não é em 60 ou 90 dias que se domina uma profissão".

Segundo ele, há uma lacuna preocupante entre as demandas da indústria e a formação técnica disponível. “Muitas instituições simplesmente ‘encaixam’ o jovem em um emprego. Mas o acompanhamento e a orientação sobre onde ele melhor se encaixa ainda são falhos. E o setor metal-mecânico, por ser exigente e prático, exige mais que apenas boa vontade".

Indústria local, impacto regional

A Alumiglass atua em um dos setores mais relevantes da economia rondonense: a indústria metal-mecânica, que só perde em volume de negócios para a agroindústria. Para Osnir, o crescimento da indústria local está diretamente ligado ao desempenho das empresas e vice-versa. “É um conjunto. Se só você cresce, não adianta. É preciso que o setor como um todo evolua, para que você seja desafiado a melhorar também".

Ele destaca que a inovação tem ultrapassado as fronteiras de grandes cidades e já está presente em municípios vizinhos. “Hoje você vai a Toledo, Cascavel, e já vê obras com tecnologia de ponta. Muitos investidores de fora estão vindo para cá, o que força a gente a sair da zona de conforto. O ‘santo de casa’ precisa mostrar que faz milagre também".

Além da geração de empregos e impostos, Osnir acredita que as pequenas e médias empresas merecem maior reconhecimento e apoio institucional. “Tem empresas que passam despercebidas, mas estão ali, gerando renda, contribuindo com ICMS. É importante que o município devolva isso em forma de incentivo e infraestrutura. O crescimento é coletivo".

Preparada para o futuro

Com mais de duas décadas de trajetória, a Alumiglass não apenas acompanha o ritmo do mercado, mas também ajuda a moldá-lo. A estrutura da empresa permite hoje operar com mais volume e complexidade, algo conquistado com muito esforço e investimento. “Agora, nosso desafio é adaptar a produção com tecnologia e automação, diante da dificuldade de formar mão de obra tradicional".

Para Osnir, o futuro está na modernização contínua e na educação técnica dos jovens. “Se o jovem encarar de verdade esse setor, ele faz carreira, pode até abrir seu próprio negócio. Mas precisa entender que o aprendizado é uma jornada. Eu mesmo levei quase dez anos até me tornar profissional".

A Alumiglass é, assim, um exemplo de como a determinação, aliada à inovação e à leitura sensível do mercado, pode transformar uma empresa em um agente de transformação para toda uma cidade. De 1998 até aqui, a empresa não apenas forneceu esquadrias e fachadas – ajudou a moldar a nova paisagem urbana de Marechal Cândido Rondon.

 

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